Edição anual do relatório “Educação
para Todos” afirma que índice será atingido caso as projeções atuais sejam
mantidas
iG São Paulo
A
Unesco afirmou em sua edição anual do relatório "Educação para Todos"
publicado nesta segunda-feira, 15 de outubro, que o Brasil reduzirá sua taxa de
analfabetismo em adultos para 5% em 2015. De acordo com os dados da última
edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), de 2011, a taxa de analfabetismo no País é de 8,6 % entre as pessoas
de 15 a 24 anos. Na
Argentina o índice de analfabetos entre a mesma parcela da população é de 3,2 %
(dados de 2010). No Chile a proporção é ainda menor, apenas 2,4 % (dados de
2009).
Em
uma região como a América Latina e Caribe, onde mais de oito milhões de pessoas
entre 15 e 24 anos nem sequer conseguiu terminar os estudos primários, este
dado constitui uma notícia encorajadora, segundo a Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O
relatório, que faz um acompanhamento dos seis objetivos educativos assinados em
Dacar (Senegal) por mais de uma centena de países, faz eco de como no Brasil se
reduziram os maus resultados acadêmicos no ensino médio "em todas as
classes sociais" entre 2003 e 2009.
Trata-se
de um resultado "particularmente impressionante", dado que nos últimos
anos a participação no ensino médio aumentou em grande medida, apontam os
autores do estudo, que consideram que as políticas de proteção social dirigidas
às camadas mais desfavorecidas "se encontram entre as principais
causas".
O
estudo destaca o "compromisso político" do Brasil em matéria
educativa para equilibrar as desigualdades, assinalando que em menos de duas
décadas conseguiu acabar com as diferenças em desnutrição entre áreas rurais e
urbanas, ao apostar na educação das mães, junto com outras melhorias
logísticas.
Mais no relatório da Unesco:Falta de qualificação entre jovens é causa de desemprego
Mais no relatório da Unesco:Falta de qualificação entre jovens é causa de desemprego
No
entanto, lembra que ainda restam desafios pendentes, como a redução do abandono
escolar no ambiente rural, que atinge 45% dos jovens antes de acabar o ensino
médio.
Também
insistem que é necessário investir mais fundos em programas de formação que
proporcionem aos jovens brasileiros as competências profissionais necessárias
para aceder a um posto de trabalho decente, já que na atualidade um em cada
cinco não consegue encontrar um emprego de acordo com sua formação.
Indicam
que, enquanto "economia emergente", o país deveria aproveitar o
interesse que desperta em empresas internacionais especializadas em tecnologias
da informação e da comunicação para tirar proveito dos programas que se
implantam em seu território e aplicá-los à criação de competências
profissionais para seus jovens. No entanto, lembram que o Brasil deixou de ser
país receptor para se transformar em doador, e que por isso deveria ampliar sua
contribuição financeira ao desenvolvimento educativo de países pobres.
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