Discriminação afeta desempenho escolar de alunos homossexuais
Agência Brasil/iG
Quando assumiu sua homossexualidade, Hernanny Queiroz tinha 16 anos e cursava o 2° ano do ensino médio. As piadas e xingamentos que ele ouvia frequentemente acabaram fazendo com que fosse reprovado aquele ano(Brasília/DF).
A história do jovem Hernanny Queiroz, hoje com 19 anos, é semelhante à de muitos estudantes gays, lésbicas, travestis e transexuais que têm o desempenho escolar prejudicado pela discriminação que enfrentam.
De acordo com a psicóloga especialista em sexualidade da Universidade Católica de Brasília (UCB) Claudiene Santos, a homofobia no espaço escolar está presente em todos os níveis – desde o ensino fundamental até o superior.
Na avaliação da professora, a homofobia no espaço escolar é mais comum entre alunos. Mas os educadores acabam sendo coniventes ao não intervir, responsabilizar ou orientar os estudantes que cometem a agressão.
"A autoestima dessas pessoas que são discriminadas fica muito baixa. Como ela pode estar em um lugar em que os outros não a aceitam como ela é de verdade?
A consequência em geral é a evasão, acrescenta a especialista, que integra o Grupo de Pesquisa Sexualidade e Vida, da Universidade de São Paulo (USP/CNPq).
Para a coordenadora-geral de Direitos Humanos do Ministério da Educação (MEC), os professores não têm ideia do impacto de suas atitudes sobre o estudante.
O educador Beto de Jesus, representante na América Latina da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo (ILGA), lembra que a Constituição Federal garante o direito à educação. Ela fala em direito ao acesso e à permanência na escola para todos e todas. Por isso, a discriminação é uma violação imensa.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
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