Iza Aparecida Saliés
Publicado na webartigos -28 de março de 2011
Sabendo que o tema Livro Didático demanda calorosas discussões e controvérsias, e preocupada em não delongar muito para dizer o que muitas vezes já disseram, faço um recorte para deter numa questão pouco abordada que é a escolha da obra. Por ser um instrumento que chega às escolas, que é utilizado pelos alunos e seve como referencial de conhecimento pedagógico para o professor faz-se necessário dialogar sobre como e de que forma é feita essa seleção.
Apesar das diferentes discussões sobre a sua utilização nas escolas brasileiras, muito já se fez e ainda se faz para melhorar a qualidade deles, mas uma coisa ainda ao aconteceu, escolher a obra de modo que elas possam ser exploradas nas suas variadas, diversas e imensas situações apresentadas para o professor.
Os atuais livros didáticos estão fortemente atualizados, apresentam imagens, símbolos lingüísticos contextualizados com conteúdos didáticos que são utilizados pelo professor. Apresentam também, gráficos, tabelas, diagramas, mapas, pinturas, fotografias, cores e disainer, além de expor diferentes textos de divulgação científica, jornalístico, literários, depoimentos, acadêmicos e informativos.
Tudo é devidamente estudado, experimentado e adaptado para que o aporte didático e metodológico sirva de orientação, proposições para o professor e para o aluno. A preocupação com utilização do livro do aluno é uma constante, visualizar conteúdo, formas e desenhos pertinente ao que ele está estudando são elementos fundamentais para determinar a qualidade da obra.
Por isso, os livros didáticos precisam ser revisados constantemente, e atualizados quando houver reforma ou inovações pedagógicas no Sistema Nacional de Ensino do Brasil. Os editores e autores estão sempre buscando inovar tanto nos aspectos estrutural como a pedagógica, a obra sofre um rigor analítico, crítico e seletivo por uma equipe qualificada, constituída pelo MEC, que tem como função julgar se a obra tem condições de ser publicada para atender a demanda da educação básica.
A obra é constituída por conceitos contemporâneos que articulam com os conteúdos disciplinares do campo de conhecimento, faz uso de conceitos globais, como também, utiliza formas e atividades que dão significado aos estudos dos alunos.
Então, os livros didáticos que chegam ás escolas do país são constituídos de fortes fundamentações e também por um conjunto de propostas pautadas nas atuais tendências pedagógicas, que especialistas definem com necessárias e significativas para o ensino brasileiro.
É nítido que o livro didático ainda continua sendo aporte pedagógico mais representativo na escola, as obras apresentam um repertório rico de assuntos e ou temas, oferece referenciais pedagógicos em forma de conteúdo, conceitos, sugestões de projetos, atividades, tarefas e exercícios, ou seja, tudo que pode favorecer a prática do professor.
Então, cabe ao professor explorar as diferentes fontes e experiências que a ferramenta possibilita, o livro pode auxiliar na busca de soluções para melhor desenvolver as atividades pedagógicas diferenciadas, subsidiar no seu plano de aula, como também apresentar uma aula com mais dinamicidade, interação e motivação para os alunos.
Fica fácil para o professor, quando ele conhece as necessidades de aprendizagem dos alunos, preparar uma aula diferente utilizando o livro didático com fonte para selecionar os temas que serão abordados. Falando em temas e assuntos relevantes, destaco a riqueza de concepções e de recursos didáticos que podem ser utilizados na sala de aula, tornando mais interesse o ensino e a aprendizagem. Portanto, fica muito claro que atender as diferentes formas de aprender e de abordagem pedagógica, essa é uma tarefa do professor e não do livro didático,
Apesar de ser uma obra que apresenta todos esses benefícios, a sua estrutura editorial, gráficos, textuais, lingüísticas são rigorosamente apropriadas às demandas socialmente relevantes e afinadas com as complexidades das ciências das disciplinas, além de considera as necessidades do professor na sua forma de lidar com o conhecimento escolar adequando ás demandas locais, regionais e globais importantes para a formação dos alunos.
Considerando o que foi exposto em termos da obra busco o Guia/PNLEM que diz “A obra didática deve considerar, em sua proposta científico-pedagógica, o perfil do aluno e dos professores visados, as características gerais da escola pública e as situações mais típicas e freqüentes de interação professor-aluno, especialmente em sala de aula” e afirmar que o ato de escolher o livro não é um processo fácil, essa tarefa demanda saberes que o professor precisa dispor, a responsabilidade sobre as decisões tomadas durante a seleção da obra, é puramente da equipe pedagógica da escola, mais precisamente do professor.
Procedimentos do MEC para avaliar uma obra
O MEC o MEC institui uma grupo de especialistas para analisar, selecionar e escolher as obras que serão adotadas pelos professores. Como parte do processo de escolha do livro didático que vai para as escolas, o grupo estabelece como parâmetro os critérios eliminatórios e qualificação, ambos servem de referencial para a correção, adequação e ou eliminação da obra.
Para tal, são considerados os conceituais e correção das informações básicas; coerência e pertinência metodológicas; preceitos éticos, estes são itens obrigatórios, caso a obra não atenda alguns desses itens a mesma poderá ser excluída do Programa.
Quanto aos critérios de eliminação da obra a recomendação é que verifique se foram formulados questões, textos e ou exercícios errados em relação aos conceitos apresentados, fornecer informação com pouca ou nenhuma fundamentação básica e desatualizada, verificar se esses conceitos são dúbios, ou seja, favorecem o uso inadequado provocando nos alunos dúvidas, dificuldade de compreensão e entendimento em relação aos conceitos trabalhados pelo professor.
Deve preocupar também, com a proposta científico-pedagógica, verificar se a mesma dá conta de uma metodologia - teórico coerente com o que está posta na obra, precisa deixar bem clara a sua escolha de concepção, apresentado de forma bem explicita sua convicção teórica, conceitual e de definições, tudo precisa estar muito bem integrado.
Outra coisa a considerada na avaliação da obra são os Preceitos Éticos, tendo em vista que o Livro Didático é um aporte pedagógico muito importante na escola, está a serviço da educação nacional, assim sendo, deve obrigatoriamente contribuir para a formação integral do aluno, pautada numa ética necessária para uma vivencia em sociedade, e ainda, que contribua para a consolidação da cidadania, respeite a diversidade cultual, social e humana deles.
Não podemos esquecer que é de fundamental importância para uma obra o cunho pedagógico, devendo tomar o cuidado de não privilegiar grupos sócias, políticos e religiosos, observar se está vinculando informações e ou conceitos preconceituosos de origem, cor, raça, religião, orientação sexual, gênero, etnia, linguagem e outras.
O que não deve ocorrer é a divulgação de informações que infrinjam as legislações educacionais brasileiras, utilizarem propagandas que não seja para uso didático e ou pedagógico, apresentar conteúdo que conteste as questões ambientais desrespeitando as orientações e demandas das diferentes instituições que definem a Política Ambiental do país. Então as obras devem respeitar as exigências e as definições de ensino e de Política Educacional do país, que fazem parte de um repertório de necessidades que são definidas pelo Sistema Nacional de Ensino.
Falando ainda em análise das obras que serão utilizadas pelo professor, o grupo utiliza critérios de qualificação comuns garantindo a imparcialidade, possibilitando distinguir obras que não estão de acordo com os critérios estabelecidos pelo grupo.
A escolha da obra
Após esse processo a instituição publica os Catálogos do PNLD/MEC, documento norteador da ação que deverá ser desencadeada na escola no momento de escolha do livro didático que será adotado no ano letivo.
O Catálogo do PNLD é um documento que estabelece critério para respaldar o processo de escolha da obra, então a escola precisa organizar e orientar o desenvolvimento da escolha, e também acompanhar a equipe pedagógica de modo a garantir a realização dos procedimentos necessários para selecionar o livro.
Preocupados em melhor orientar o professor no momento da escolha do livro didático o guia fornece dicas quanto à estrutura da obra, manejo, linguagem gramatical correta, textos, artigos atualizados e contextualizados.
O processo de seleção é muito complexo exige do Grupo do Ministério, rigor nos aspectos teórico, técnico, metodológico e pedagógico, pois estes devem ser respaldados em concepções postas pelas Resoluções do Conselho Nacional de Educação, pelos Parâmetros Curriculares Nacionais ou pelas Orientações Curriculares sugeridas pelo MEC, conforme o modelo impresso pelo Governo.
Agora, diante do exposto entende-se que a equipe pedagógica da escola, coordenadores, professores e alunos, estejam imbuídos em compreender e entender as utilidades que o livro proporciona, são inúmeras as possibilidades, como a de preparar o planejamento da aula, estudar como usar adequadamente, explorando da melhor forma possível todas as obras, para não servir apenas como roteiro para a listagem de conteúdos para o Projeto Político Pedagógico da escola, como sabemos, isso ainda acontece em muitas escolas brasileiras.
Cabe ressaltar que o velho livro didático sempre foi alvo de muitos questionamentos, estudiosos da pedagogia contemporânea discutem suas concepções, metodologias, teorias, técnicas que são utilizadas na obra, como foi explicito no texto, entretanto, com todas essas discordâncias ele ainda vai continuar sendo utilizados pelos professores e alunos brasileiros.
E por que não?
REFERÊNCIAS
BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: SEF/MEC, 1997.
PNLEM Guia de livros didáticos 2008: História/ Ministério da Educação. — Brasília: MEC, 2007.
OLIVEIRA, Jaqueline Claudete de. Análise do Livro Didático publicado 6/11/2010 http://www.webartigos.com
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/62315/1/Livro-Didatico-complexa-justificavel-e--dificil-a-tarefa-de-sua-escolha--/pagina1.html#ixzz1Mq1tZ1g1
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Escolha do Livro Didático: difícil tarefa para o professor .
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