quinta-feira, 19 de maio de 2011

A INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO MUSICAL NA TRANSMISSÃO DE PAPÉIS

luan.santos

RESUMO: Embora já estejamos no século XXI, mantemos estereótipos de gênero profundamente arraigados. O avanço social, as políticas de igualdade, todas as iniciativas empreendidas já há muitos anos ainda não conseguiram apagar as imagens construídas e transmitidas ao longo dos séculos através de uma visão patriarcal do mundo, imagens fortemente arraigadas no subconsciente (e no consciente) coletivo. Este trabalho apresenta esta vissão.
PALAVRAS-CHAVE: Educação musical. Gênero. Papéis sociais.

Já sabemos que uma parte importante da nossa visão de mundo é moldada pela escola. Os conhecimentos transmitidos e as relações estabelecidas ao longo dos anos de aprendizagem são fundamentais na formação.

Levando em consideração que o gênero é uma “construção social, cultural e histórica com lugar cativo em um tempo, um espaço e uma cultura determinados”, devemos relfetir sobre a transcendência que a formação de professores em geral tem, e a de professores de música em especial, na mudança de “[...] atitudes e práticas baseadas em uma interpretação da diferença sexual como sinônimo de desigualdade, já que esta impregna muitos âmbitos da nossa vida” (DÍAZ MOHEDO, 2005, p.571).

Na aula de música manifestam-se, surgem, produzem-se e reproduzem-se as práticas e significados musicais marcados pelo gênero (GREEN, 2001). A educação oscila sempre entre a transmissão dos valores tradicionais e o progresso, debate-se numa luta entre inovação e conservação. E, nessa luta, a educação musical tem sido normalmente conservadora (LOIZAGA CANO, 2005).

Como professores e investigadores, somos responsáveis pela imagem que os alunos têm do papel que, ao longo da história, desempenharam homens e mulheres em diferentes âmbitos da vida, da sociedade, da cultura e da arte.

Somos condicionados, pela nossa formação, pelo meio, pelos nossos conhecimentos e pelos materiais que temos ao nosso alcance para realizar a nossa atividade. Todos estes fatores influem na nossa prática. Reproduzimos com freqüência, por ignorância, negligência ou condicionantes, os mesmos conteúdos, personagens, idéias e tópicos repetidos à exaustão nos livrs que utilizamos e muitas vezes nem questionamos. Ao empregar materiais que silenciam as mulheres, ou relegam a segundo plano, contribuímos para a construção de umas identidades feminina e masculina que reforçam os papéis associados historicamente a cada um dos sexos (DÍAZ MOHEDO, 2005). Devemos ir além, usar novos materiais, novas metodologias, diferentes maneiras de expressão. Com a nossa matérias, devemos educar para a música, mas também através da música (LLAMAS, 2005).´

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