terça-feira, 14 de junho de 2011

Cuiabá adere à ‘Marcha pela liberdade de expressão'

Deu na Folha do Estado/MT

Cuiabá está inclusa na manifestação da “Marcha da Liberdade de Expressão”, que será realizada mais de 30 cidades, no sábado (18). O evento ganhou força após a repressão policial contra a caminhada de liberação da maconha, em São Paulo.

A marcha havia sido proibida em várias cidades brasileiras pela Justiça Federal em anos anteriores, conforme consta no relatório do ministro Celso de Mello (STF), que considera o direito constituído por lei, da liberdade de expressão, encaminhado ao Supremo.

A Justiça alega que é crime qualquer apologia ao uso de drogas, mas a livre manifestação de pensamento, em uma Marcha organizada é também direito do cidadão em uma sociedade que se diz democrática, não podendo o governo inferir em ações como tais.

Entretanto, a “Marcha pela Liberdade” abrange o debate de outros setores sociais, que passam por problemas, como a atual greve dos professores, a crise nos bombeiros, o kit antihomofobia do MEC, crise no sistema público de saúde, o desmatamento desenfreado após a proposta do Novo Código Florestal, e vários outros.

Em Cuiabá, a Marcha da Liberdade de Expressão possui um grupo no Facebook com mais de 1000 membros. O ponto de encontro para a concentração será em frente a prefeitura na Praça Alencastro às 15h subindo às 17h em direção à praça 8 de abril em frente ao restaurante Choppão.

Os grupos são formados livremente, quem se interessar em defender alguma ideia pode se juntar a Marcha da Liberdade de Expressão. Este movimento é construído de forma a atender as necessidades dos envolvidos, que se organizam através dessas redes sociais e com encontros, e debatem a melhor forma de ir às ruas com segurança e com clareza na defensa de suas ideias.

DEBATE

Não se trata de pregar a liberação do uso de drogas ou o que quer que o valha. Trata-se sim de discutir o assunto com maturidade. Ao ler a entrevista de Fernando Henrique Cardoso à Mônica Bergamo (FSP em 29 de maio de 2011) vemos como a posição do ex-presidente soa como um caminho do meio. Ele é a favor da descriminalização de todas as drogas.

Não é liberou geral, mas sim uma mudança do enfoque criminal para o de saúde pública. É certo que não temos a maturidade holandesa para permitir que o individuo se mate se quiser. Mas temos o exemplo português que vem de certa forma vencendo as drogas através de uma abordagem social e de saúde pública.

Esperamos que o debate seja permitido. Que as pessoas tenham o direito de dizer o que pensam. e que os governantes, em especial, os legisladores avancem na questão ampliando o debate através de audiências públicas de fato, com a convocação da sociedade em geral.

Não devemos nos ater às drogas, mas a união homoafetiva, cartilhas do MEC, aborto, código florestal, estado laico, reservas indígenas, e tantas outras questões polêmicas que parecem surgir apenas para desestabilizar a disputa política entre conservadores e liberais.

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