segunda-feira, 13 de junho de 2011

Professores da UFMT vão discutir indicativo de greve dia 15 de junho

Os professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) marcaram para o dia 15 de junho, às 14 horas, a assembleia geral, na qual vão apreciar o indicativo de greve, proposto pela categoria na assembleia. Conforme o presidente da Associação dos Docentes da UFMT (Adumat S.Sind.), Carlos Alberto Eilert, embora a proposta de indicativo de greve tenha sido colocada na assembleia geral, uma nova plenária será convocada, com pauta única, para haver tempo de toda a categoria ser informada sobre essa intenção de paralisação e para que todos e todas possam intervir nesse debate, se posicionar e deliberar em um coletivo mais amplo.

Conforme discutiram os professores da UFMT, um indicativo de greve docente é urgente em um contexto de risco de congelamento dos salários do funcionalismo federal até 2019, conforme prevê o Projeto de Lei Complementar 549/2009, em trâmite no Congresso Nacional; diante de diversas outras greves na Educação em andamento; diante também da greve dos servidores técnico-administrativos da UFMT, deflagrada na última segunda-feira, dia 6, devido à aprovação da Medida Provisória 525, no Congresso Nacional, autorizando a admissão de professores temporários nas universidades federais.

A categoria entende como precarização de contratos e perda de direitos trabalhistas; por causa do sucateamento da estrutura física da UFMT; e ainda mediante o diálogo com o Governo Federal que há 12 anos não avança, angustiando as bases do Movimento Docente. Eilert destacou que, nos últimos 12 anos, os professores da UFMT tiveram mais de 152% de perdas salariais.

O professor Carlos Roberto Sanches, vice-presidente da regional Pantanal do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), destacou que os professores das universidades federais, na pirâmide dos servidores federais, são os que recebem hoje os menores salários.

O professor Alcides Teixeira, do departamento de Engenharia da UFMT, defendeu a construção de uma greve, para que a categoria se faça ouvir. Segundo ele, além da questão salarial, em seu departamento faltam carteiras em sala de aula, os banheiros são verdadeiras pocilgas e no último concurso não apareceram candidatos doutores, o que, na visã dele, sinaliza o distanciamento de bons intelectuais, que se recusam a receber a remuneração atual.

O professor Roberto Boaventura, do departamento de Letras, reforçou que os salários dos professores da UFMT estão efetivamente afastando profissionais e que esse mesmo problema está ocorrendo em seu departamento onde, historicamente, sobram “toneladas” de candidatos em concursos.

A professora Marluce Souza, do departamento de Serviço Social, lembrou do adoecimento da categoria, um adoecimento que, na visão dela, é psicossomático, causado por problemas trabalhistas. Ela destacou, por exemplo, a insalubridade do ar nas salas de aula. E reforçou o coro de quem defende uma possível greve.

Na assembléia de hoje, os docentes da UFMT aprovaram uma moção de apoio à greve dos servidores técnico-adminstrativo da UFMT e às demais greves na educação, assim como no serviço público federal em andamento no Estado de Mato Grosso.


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Keka Werneck

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