Por: Valeska Andrade
Cerca de 61% das crianças e adolescentes vítimas abuso ou exploração sexual no Brasil já pensaram em suicídio, segundo a World Childhood Foundation (WCF).
Desses, mais de 58% já tentaram de fato praticá-lo. Entre os motivos apresentados, 20% relacionaram a vontade de morrer à violência sexual.
A pesquisa foi feita com 66 meninas e três meninos com idade entre 10 e 19 anos de oito estados (Pará, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí, Bahia, São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul), que foram vítimas desses crimes e hoje são atendidas por instituições especializadas.
O relatório mostra ainda que a prática leva também a outras situações traumáticas, como a gravidez indesejada, aborto e abandono dos filhos.
Três em cada dez meninas vítimas de exploração sexual já ficaram grávidas pelo menos uma vez na vida, sendo que 17% delas perderam os filhos por abortos naturais (6%) ou provocados (11%). Das que levaram a gravidez adiante, apenas 5,8% vivem com seus filhos hoje.
Dos entrevistados, 40% dizem que usam o dinheiro recebido para o autossustento, mas 65% relatam que gastam comprando objetos pessoais, como celulares e roupas de marca.
Para 30% das vítimas, o dinheiro obtido com o sexo é usado para comprar drogas, especialmente álcool (88%) e cigarro (63%).
A pesquisa constatou ainda que, além da relação sexual, a violência contra crianças e adolescentes acontece mais comumente na forma de conversas sobre sexo (74,2%), manipulação de partes íntimas do corpo da criança/adolescente (50,7%) e pedidos para ser tocado (43,1%).
Fonte: Folha de Londrina (PR)
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