quinta-feira, 1 de setembro de 2011

MT- Seduc vira reduto do rodízio petista


 

Mary JurunaDepois da saída do coronel PM Alexander Maia da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), novas mudanças devem acontecer no staff do governo Silval Barbosa (PMDB). A secretária de Estado de Educação, Rosa Neide (PT), é a próxima cotada a deixar o cargo. Sua saída pode beneficiar os interesses políticos de Ságuas Moraes, que preside o Partido dos Trabalhadores (PT), mas que está sem cargo no governo e sem mandato eletivo.
O petista mantém os olhos voltados ao “Poder”, tanto que também mira vaga na Câmara Federal. Contudo, para assumir cadeira de parlamentar, tem que contar com o sistema de rodízio político, já que ficou como suplente nas últimas eleições. O presidente do PT chegou a assumir o cargo de deputado, mas, após revisão dos votos, perdeu a vaga para Nilson Leitão (PSDB) após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que adiou para a próxima eleição a lei da Ficha Limpa, que validou votos de Leitão. Seja para a secretaria de Educação ou para o Congresso, o petista precisa deixar a direção do partido. É o que prevê o regulamento interno da sigla.

O PT atua como dono da secretaria de Educação. “O governador sempre colocou o cargo à disposição do partido”, confirma. Já Rosa Neide se mostra tranquila em relação à possibilidade de sua saída. Mas tem mantido constantes conversas com o governador sobre o assunto. Nos bastidores comentam que, por Silval, Rosa Neide é quem deveria ficar na pasta. “Tenho uma relação tranquila com o Ságuas. Não sinto pressão para que eu deixe o cargo. E também me coloco à disposição das decisões do partido”, afirmou Rosa Neide.

Mary JurunaA secretaria de Educação é uma das pastas que mais recebe críticas e elas vêm principalmente da Assembleia Legislativa (AL). Rosa Neide afirma que, desde 2007, a secretaria implanta projetos importantes na área. “Temos muitos trabalhos realizados silenciosamente, sem muito alarde”, destaca a secretária.

Entre esses projetos está a primeira eleição dos assessores pedagógicos. “Antes eram pessoas indicadas por vários partidos ligados ao governo, sem que passassem por nenhum processo seletivo. Isso agora acabou”, destaca. Está aí um dos motivos que têm gerado insatisfações no meio político.

Neste ano, Rosa Neide também enfrentou a fúria dos servidores públicos. Eles chegaram a ir às ruas reclamar da estrutura das escolas e da negativa do governo em ampliar o piso salarial para R$ 1.312,00. O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep) afirma que é possível alcançar o valor do piso, mas Silval e Rosa Neide relutam.

Argumentam que os cofres públicos podem se desequilibrar se acatar a reivindicação dos professores.

Concorrência

O PT e Moraes buscam ampliar forças, mas também se movimentam para evitar qualquer risco de perder espaço no governo.  Presidente da AL, José Riva (PP), que está deixando seu partido para fundar o PSD no Estado, já deu sinais de que o novo partido quer assumir a Educação. A pasta é cobiçada principalmente por abocanhar R$ 1 bilhão do orçamento anual de R$ 12 bilhões.


Por Simone Alves

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