sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Geração facilitada

Geração facilitada

 
Geração facilitada... O termo tenta traduzir um pouco da realidade dos jovens de classe média brasileira que têm a vida muito mais facilitada que a de seus pais, que ainda trabalham para tentar lhes oferecer melhores condições, boas escolas,vários cursos e intercâmbios.

Eliane Brum, jornalista e escritora, comenta que “há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muitomais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida éfácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.”

Chamo de geração facilitada porque acabam tendo tudo na mão e não existe um estímulo para conquista. Já tem o celular, computador, iPod, carro, conforto e mais um pouco. O que resta na conquista?

Com relação à escolha da profissão, percebemos uma dificuldade na seleção do curso e muita expectativa quanto ao primeiro emprego.

Não querem submeter-se a cargos de estagiários em empresas pouco promissoras. Desejam experiências mais atraentes em termos de salários e reconhecimento.

Talvez escolham uma carreira pela ‘onda’ do momento: relações internacionais, petróleo, turismo, tecnologia... áreas altamente promissoras. Só que, na maioria dos casos, a escolha não está ligada ao seu perfil. Buscam uma realização pessoal e acabam perdendo o foco da realização do grupo, porque, numa organização, o que conta é o sucesso da equipe, da empresa como um todo, não apenas de um único talento (Qualquer semelhança com a Seleção Brasileira de futebol é pura coincidência... )

Foram ensinados a superar desafios sozinhos e agora precisam aprender a compartilhar conhecimento e melhorar os relacionamentos. Expõem todos os desejos nas redes sociais e querem compreensão desse novo universo. Um desafio para todos que estão envolvidos com o processo da sua educação: professores e recrutadores que passam pela difícil tarefa de desenvolver habilidades com essa turma de nativos digitais... enquanto nós, os imigrantes, começamos a aprender sobre esse mundo. Bela troca, não?

Acredito ser assim que a sociedade vai se ajustando, a cada novo momento, novas oportunidades. A realidade será aquilo que nós mesmo inventarmos.

Leticia Bechara
Mestre em educação e coordenadora do vestibular da Trevisan Escola de Negócios.

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