No livro “A Economia do Cedro”, Carlos Alberto Júlio aborda temas como sustentabilidade e perenidade das organizações, traçando paralelo com uma árvore centenária. O cedro-do-líbano cresce pouco no início de vida, entre quatro e cinco centímetros; suas raízes, entretanto, avançam até metro e meio terra adentro. Aos quatro anos as raízes, já profundas, encontram água e nutrientes, sustentáculo para um crescimento lento e contínuo.
Então, a árvore passa a crescer mais rapidamente, vinte centímetros anuais. Entre os vinte e trinta anos, surgem as primeiras sementes e vem a maturidade. O cedro chega a quarenta metros de altura e seu tronco pode superar o diâmetro de três metros. Fortalecido nas raízes e na base, viverá por séculos e séculos, com viço e saúde. Ele privilegia a questão da sustentabilidade, crescer hoje de forma segura para garantir o mesmo padrão no futuro.
Somente com solidez, integralidade e harmonia [o cedro e as organizações] será possível vencer os cinco desafios binomiais da atualidade:
Prosperidade + Sustentabilidade: O cedro lança suas raízes profundamente no solo. É o que vai garantir água, bons nutrientes e resistência à chuva e vento. O cedro retira o que pode da terra, mas a protege e devolve benefícios. Geração de riqueza + Justa Distribuição: O cedro cresce de forma harmônica. A seiva que sobe desde a raiz, se distribui de forma justa pelo caule, galhos, ramos e folhas.
Geração de Resultados + Qualidade de Vida: Ninguém já viu um cedro triste, infeliz, com depressão. Tem crescimento saudável, estética admirável e durabilidade.
Concorrência + Valores e Princípios: Não há ataques de cedros contra cedros. O espírito coletivo faz com que as sementes germinem em espaços de conforto para todos. Mesmo vivendo juntos, cada cedro garante a individualidade. Na alma de cada cedro há o desejo de crescer mais e mais, de ser forte e robusto. Mas sem agredir e sufocar seus irmãos.
Pensar + Fazer: A natureza pensa o tempo todo. Enquanto pensa, vai fazendo, uma forma de se conhecer. Pensando e fazendo ao mesmo tempo, estabelece os pilares da transformação e as inevitáveis correções de rumo. Pensar, fazer, não perder tempo e mudar o que for preciso.
O mundo dos negócios não é corrida de 100 metros, é uma maratona. Valorizar apenas resultados de curto prazo é arriscar-se a comprometer o futuro, com a ilusão de benesses imediatas e passageiras. No nosso caso, no Brasil, um grande diferencial está na diversidade étnica, responsável por um povo inquieto, criativo, empreendedor. Que trabalha, estuda, quer aprender e construir com solidez. Sonha, mas tem os pés no chão. Isso permite alavancar a sinergia que, embora pressupondo atividades parecidas para ganhar escala e rentabilidade, precisa de formações diferentes para encorpar a massa crítica e estabelecer o contraponto.
Desta ação coletiva participativa, com ousadia e base confiável, será possível avançar e buscar as melhores alternativas para otimizar e perenizar os negócios. De olho no presente, mas sem perder de vista o futuro, não faz sentido caminhar com pés de barro!
Diretor de Comunicação do Instituto Opet e Cidadania.
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