sábado, 26 de março de 2011

Dicas para o Professor

Ateliê sobre gênero e sexualidade
Diante desta realidade, surgiu a necessidade de se trabalhar e discutir sexualidade e gênero - com alunos e professores - em sua forma mais ampla e pragmática, dando a todos a oportunidade de amadurecimento a respeito do tema abordado, favorecendo o desenvolvimento de suas habilidades, de forma lúdica e prazerosa.
Acontecendo na prática
O ateliê é a oportunização de estratégias que facilitem a abordagem do tema de maneira prática e cativante, garantindo a alunos e professores a construção/reconstrução de seus próprios conceitos de sexualidade e gênero, constando assim de três eixos centrais: 1) atividades e conteúdos ministrados na sala de aula que servirão para a discussão do tema; 2) criação do espaço humanescente; 3) por fim, a confecção de um jornal informativo. Estes eixos foram distribuídos em etapas.
1ª etapa: começa com a exposição aos alunos e equipe pedagógica da importância de ampliar as discussões sobre gênero e sexualidade, a fim de promover mudanças significativas em nossa sociedade e amenizar as desigualdades de gênero.
2ª etapa: levar para a sala de aula textos, músicas, filmes e documentários que trabalhem a temática. Músicas: Masculino e feminino (Pepeu Gomes), Tem pouca diferença (Durval Vieira), Amor e sexo (Rita Lee e Roberto de Carvalho), A mulher que virou homem (Elias Soares e Jackson do Pandeiro), Homem (Caetano Veloso), Wake up (Hilary Duff & Dead Executives). Documentário: Identidades, gênero e diversidade sexual (Ciências Sociais/UFRN). Textos: Mulher ao espelho (Cecília Meireles), Soneto do Corifeu e Para viver um grande amor (Vinícius de Morais), Bom mesmo (Luis Fernando Verissimo). Filmes: Billy Elliot (2000), Filadélfia (1993).
3ª etapa - teatro e dinâmicas:
a) Solicitar aos alunos a criação de peças teatrais com exemplos diários de como a questão de gênero e sexualidade é retratada em nossa sociedade.
b) Pedir para os alunos trazerem para a escola brinquedos que marcaram a infância de cada um deles e sugerir que eles relatem para os demais a razão da escolha daqueles brinquedos.
4ª etapa: criar um espaço humanescente dentro da escola e pôr, no mesmo, lavanda de florais e um tapete para tornar o ambiente mais acolhedor. Elaborar cartazes destacando a temática de gênero a fim de estimular o debate e diálogo sobre o assunto.
5ª etapa: elaborar um mural expositivo com fotos e cartazes do ateliê para mostrar à comunidade escolar que a educação sexual é trabalhada de forma lúdica e prazerosa.
6ª etapa: construir com os alunos um informativo (jornal ou fanzine) explicando os objetivos do ateliê, pedir para que os alunos o distribuam e relatar como foi a experiência.
Resultados obtidos
Ampliaram-se os espaços de discussões a fim de produzir mudanças significativas em nossa sociedade, amenizando as desigualdades de gênero. Por isso, o debate sobre educação sexual abordado na escola atinge ambientes que permeiam o alunado, como a casa, a família, a igreja, o trabalho e a relação entre os amigos.
O envolvimento e a compreensão melhor do tema pelos alunos contribuiu para transformações e mudanças de posturas em suas vidas, como se refere, por exemplo, a aluna S.R., 14 anos: “Consegui superar tabus impostos na minha família como ‘homem não chora’, ‘mulher não sabe dirigir’ ou ‘só a mulher pode fazer trabalhos domésticos’”.
Ficha técnica
Local de realização: Escola Estadual Rômulo Wanderley - Natal, RN.
Público atendido: alunos do 8º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos:
• Dar novo significado às relações de gênero, promovendo um ambiente escolar de respeito às diferenças;
• Usar as artes cênicas como um espaço para promover a sexualidade;
• Entender que o ser humano manifesta o que sente por meio da corporalidade;
• Dar informações de gênero e sexualidade;
• Promover a educação sexual de forma interativa.
Componentes curriculares envolvidos: Ciências, História, Língua Portuguesa e Língua Inglesa.
Duração: duas semanas.
Recursos materiais: brinquedos, papel madeira, revistas antigas para recorte, aparelho de som, TV, DVD, máquina digital, tnt, fita adesiva, tapete e gliter.
Avaliação: foi observada a participação e o envolvimento dos alunos nas dinâmicas e discussões propostas, bem como suas produções, ao longo do projeto.
Mytercia Bezerra da Silva,
licenciada em Ciências Biológicas, professora
de Ciências, especialista em Estratégias
Metodológicas em Educação Sexual. Natal, RN.
Endereço eletrônico: gestorarn@rn.gov.br
e
Professores colaboradores,
Astíages R. Siqueira, Marluce Galdino Cunha e
Zoraide Pereira de Araujo da Silva.
Projeto Pedagógico publicado na edição nº 404, jornal Mundo Jovem, março de 2010, página 7.::: Voltar :::
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