domingo, 12 de junho de 2011

Dia da Educação

João da Costa Vital

Na próxima segunda-feira - 25 de abril - é comemorado o Dia da Educação. Há o que comemorar? A data, certamente, tem lá seus motivos de comemoração, tal como a redução do analfabetismo nos últimos 15 anos - governos de FHC e Lula - e a classificação do nosso país com a nota 4,5 do ensino básico, um pouco distante dos chamados países desenvolvidos onde a média é nota 6,0. Mas já caminhamos bem nos últimos anos. Por outro lado, porém, há muito a ser refletido sobre os caminhos da Educação no Brasil.

A humanidade está inserida num processo acelerado de mudanças. Estamos vivendo uma era onde a Educação e a informação têm papel central. Houve um aumento na velocidade da produção do conhecimento que, por sinal, se espalha aos quatro cantos do mundo. No mundo pós-moderno, uma teoria verdadeira não é mais do que uma hipótese que resistiu, até o momento, a todo esforço. Para refutá-la; leis físicas tão-somente traduzem no Brasil, na verdade, apenas no campo das possibilidades ou probabilidades de propiciar a universalização da Educação. Não é real, palpável. Com o crescimento econômico experimentado no governo Lula, empresas industriais e de prestação de serviços de alta sofisticação tem buscado técnicos de outros países, pois a Educação no Brasil se preocupa com quantidade e não qualidade. Ambas são necessárias a um País que busca competitividade.

A escola, no Brasil, precisa acompanhar a velocidade com que avança o conhecimento, a tecnologia e a economia no mundo. O governo brasileiro precisa assumir a responsabilidade com a construção de um país onde não haja ruptura da espécie humana. Os ensinos básico e médio públicos é uma necessidade social imediata. Para elevar o nível cultural da população, o investimento em Educação tem que ser mais equitativa. Se gasta muito com as instituições de ensino superior e de menos com o ensino básico. As deficiências, portanto, não se devam exatamente à sempre alegada falta de verbas, mas, sim, a um conjunto de fatores, incluindo-se a falta de competente planejamento para gastá-la bem. O Brasil é o segundo país do mundo que, nos últimos 16 anos, mais investe em educação proporcionalmente aos gastos totais do governo, ficando atrás do México e à frente até dos EUA.

É notório de que uma área em que temos piorado muito é em educação básica.

Há quarenta anos a escola pública tinha uma qualidade muito superior à que se apresenta nos dias atuais. O problema, à época, era o inverso de hoje - a quantidade -, mas a qualidade da formação era, indubitavelmente, mais elevada. Lembro-me que tive colegas na escola pública que iam descalços para as aulas, pois suas famílias não tinham recursos. Hoje, graças ao ensino público básico de qualidade daquela época, aqueles meninos pobres se formaram médicos, advogados, e moram em condomínios fechados de luxo.

Não seria exagero dizer que são raros os ângulos de análise que permitam uma visão animadora do cenário e dos rumos da educação brasileira. O poder público precisa investir mais na educação básica, sem isso não haverá qualidade de profissionais de nível superior, impossibilitando-se a criação de capital humano apto a sustentar o desenvolvimento do Brasil.

João da Costa Vital é contador, pedagogo, jornalista e analista político. Escreve em A Gazeta às quartas-feiras. E-mail: joaocvital@pop.com.br

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