Um dos municípios que se destacaram pelo bom ensino da disciplina foi Itamarati, no interior do Amazonas
Agência Brasil
O bom desempenho das chamadas escolas eficazes no ensino da matemática poderá
servir de modelo para as unidades que apresentam baixo rendimento na disciplina.
Nesta quarta-feira, 6, o movimento Todos pela Educação (TPE) divulgou os dados
do relatório De Olho nas Metas que apontou o sucesso dos alunos dessas escolas
no aprendizado da matemática.
De acordo com Priscila Cruz, diretora executiva do movimento, um dos
municípios que se destacaram pelo bom ensino da matemática foi Itamarati, no
interior do Amazonas. Nas escolas dessa cidade, 78% dos alunos do nono ano
tiveram bom resultado na avaliação da disciplina.
O município tem cerca de 8 mil habitantes, segundo o censo de 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Itamarati tem 116 alunos matriculados no nono ano do ensino fundamental. Segundo Priscila, a cidade vem mostrando uma evolução positiva nos números da aprendizagem desde 2005.
“Pelo lado do Todos pela Educação, a gente agora vai atrás desses municípios e das escolas que conseguem ter um resultado melhor para conseguir dar um pouco de pista, o que a gente pode fazer em termos de matemática”, disse. “A gente tem que entender o que tem sido feito, as particularidades dessas escolas e o que pode ser aproveitado por outras escolas. Tem muitas lições que podem ser aprendidas”, completou Priscila.
Segundo o balanço do TPE, a matemática foi a matéria que obteve o pior resultado na avaliação de defasagem no aprendizado. No terceiro ano do ensino médio, apenas 10,3% dos alunos brasileiros têm o conhecimento adequado de matemática. Em língua portuguesa, o desempenho foi um pouco melhor, com 29,2% dos estudantes mostrando aprendizagem satisfatória.
A mesma pesquisa feita entre os alunos do nono ano do ensino fundamental mostrou que 16,9% tiveram ensino adequado em matemática, contra 27% em língua portuguesa.
Para Priscila, além de melhorar o ensino dessa disciplina, o País precisa de um currículo nacional para orientar os professores. “Não ter um currículo nacional é um tremendo impeditivo de melhoria [do ensino], porque se eu quero ter várias políticas que se articulam em torno da aprendizagem, eu tenho que saber qual é a aprendizagem que eu espero”, disse.
Na opinião da diretora executiva do movimento, falta uma padronização no que é exigido dos professores de todo o País e isso se reflete nos resultados negativos do relatório De Olho nas Metas. “É quase que um jogo assim: eu vou fazer a avaliação, mas eu não vou te contar o que você tem que ensinar. Isso não é transparente, isso não é justo nem com os professores, nem com quem trabalha de forma séria com a educação”
Luis Carlos de Menezes, consultor da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), acredita que o problema está no formato de aulas usado pelas instituições de ensino. “Os alunos ficam sentadinhos ouvindo o professor. Esse conceito de aula tem que acabar. Ou o jovem é protagonista do aprendizado dele ou não vai aprender”, declarou.
“Um bom modelo de aula é o da educação infantil. Você consegue imaginar um monte de crianças perfiladas com a professora discursando para eles? De jeito nenhum. Essa criança é o mesmo jovem do ensino médio. Ele [adolescente] precisa interagir, escrever, calcular e não ouvir dizer. Se nós não mudarmos a escola, esse números continuarão trágicos. A escola está equivocada”, avalia o educador.
Outro problema apresentado por Menezes foi a inexistência de uma carreira para os professores. Ele argumenta que o professor que entra na profissão só tem como perspectivas terminar o exercício do magistério, ou seja, tornar-se velho. “Isso é lamentável, é melancólico”, disse.
Fundado em 2006, o Todos pela Educação é um movimento da sociedade civil brasileira que tem a missão de contribuir para que até 2022, ano do bicentenário da Independência do Brasil, o País assegure a todas as crianças e jovens o direito à educação básica de qualidade.
O município tem cerca de 8 mil habitantes, segundo o censo de 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Itamarati tem 116 alunos matriculados no nono ano do ensino fundamental. Segundo Priscila, a cidade vem mostrando uma evolução positiva nos números da aprendizagem desde 2005.
“Pelo lado do Todos pela Educação, a gente agora vai atrás desses municípios e das escolas que conseguem ter um resultado melhor para conseguir dar um pouco de pista, o que a gente pode fazer em termos de matemática”, disse. “A gente tem que entender o que tem sido feito, as particularidades dessas escolas e o que pode ser aproveitado por outras escolas. Tem muitas lições que podem ser aprendidas”, completou Priscila.
Segundo o balanço do TPE, a matemática foi a matéria que obteve o pior resultado na avaliação de defasagem no aprendizado. No terceiro ano do ensino médio, apenas 10,3% dos alunos brasileiros têm o conhecimento adequado de matemática. Em língua portuguesa, o desempenho foi um pouco melhor, com 29,2% dos estudantes mostrando aprendizagem satisfatória.
A mesma pesquisa feita entre os alunos do nono ano do ensino fundamental mostrou que 16,9% tiveram ensino adequado em matemática, contra 27% em língua portuguesa.
Para Priscila, além de melhorar o ensino dessa disciplina, o País precisa de um currículo nacional para orientar os professores. “Não ter um currículo nacional é um tremendo impeditivo de melhoria [do ensino], porque se eu quero ter várias políticas que se articulam em torno da aprendizagem, eu tenho que saber qual é a aprendizagem que eu espero”, disse.
Na opinião da diretora executiva do movimento, falta uma padronização no que é exigido dos professores de todo o País e isso se reflete nos resultados negativos do relatório De Olho nas Metas. “É quase que um jogo assim: eu vou fazer a avaliação, mas eu não vou te contar o que você tem que ensinar. Isso não é transparente, isso não é justo nem com os professores, nem com quem trabalha de forma séria com a educação”
Luis Carlos de Menezes, consultor da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), acredita que o problema está no formato de aulas usado pelas instituições de ensino. “Os alunos ficam sentadinhos ouvindo o professor. Esse conceito de aula tem que acabar. Ou o jovem é protagonista do aprendizado dele ou não vai aprender”, declarou.
“Um bom modelo de aula é o da educação infantil. Você consegue imaginar um monte de crianças perfiladas com a professora discursando para eles? De jeito nenhum. Essa criança é o mesmo jovem do ensino médio. Ele [adolescente] precisa interagir, escrever, calcular e não ouvir dizer. Se nós não mudarmos a escola, esse números continuarão trágicos. A escola está equivocada”, avalia o educador.
Outro problema apresentado por Menezes foi a inexistência de uma carreira para os professores. Ele argumenta que o professor que entra na profissão só tem como perspectivas terminar o exercício do magistério, ou seja, tornar-se velho. “Isso é lamentável, é melancólico”, disse.
Fundado em 2006, o Todos pela Educação é um movimento da sociedade civil brasileira que tem a missão de contribuir para que até 2022, ano do bicentenário da Independência do Brasil, o País assegure a todas as crianças e jovens o direito à educação básica de qualidade.
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