Época de
eleições é sempre a mesma história: muitos candidatos, vários debates, milhares
de promessas. Cada discurso gera uma resposta, que leva a uma réplica, que
volta à tréplica, que, por sua vez, resulta em... muita discussão! Todo esse
falatório deixa uma pulga atrás da orelha: o que será preciso, de fato, para
elaborar um bom argumento, capaz de convencer até mesmo o seu adversário
mais sagaz?
A
coerência lógica é, certamente, peça fundamental dessa charada. Ou pelo menos
deveria ser – na prática, não é assim tão fácil quanto parece, né? Para ajudar
os amantes da oratória, o site Thou
shalt not commit logical fallacies (em português, “Tu não cometerás falácias lógicas”)
elaborou uma lista com os 24 erros de lógica mais cometidos em argumentos. No
post de hoje, compartilhamos com vocês as 7 falácias mais frequentes
dessa lista. Fique atento para usá-las (ou melhor, não usá-las) a seu favor!
1. Desvio
de um argumento para torná-lo mais fácil de atacar. É, infelizmente, não vale
distorcer o que a outra pessoa falou só para provar o seu ponto de vista.
– Não
gosto de futebol!
– Nossa!
Não esperava que você fosse contra a Copa do Mundo de 2014 no Brasil...
– Ei, não
foi isso que eu disse!
2. Chantagem
emocional. Apelar
para as emoções pode ser o caminho mais fácil, mas, convenhamos, não é a melhor
estratégia se você quer vencer uma discussão racionalmente.
Filho:
Eca! Não quero esse fígado de frango!
Mãe: Come
isso já! Tanta gente no mundo passando fome, meu filho, e você reclamando da
comidinha da mamãe...
3. Ad
hominem (em latim, “argumento contra a pessoa”). Sabe quando a discussão parte
para o pessoal? É, dispensa explicações... #quemnunca?
Depois
que a candidata apresentou seus projetos para a prefeitura da cidade, a
adversária perguntou se os eleitores realmente dariam ouvidos a uma mulher que
não era casada.
4. Pergunta
carregada. Esta é
uma armadilha! Ao fazer uma pergunta com uma afirmação embutida, a resposta
certamente trará uma admissão de culpa.
Duas
amigas disputam o mesmo emprego. Enquanto aguardam a entrevista, uma delas
pergunta alto para a outra: “Como andam seus problemas emocionais?”.
5. Ônus
da prova. Essa
falácia acontece quando você quer que a outra pessoa prove o erro no seu
argumento, em vez de você mesmo argumentar a seu favor.
– No
oeste da Ucrânia existe uma casa escondida numa floresta de pinheiros, onde
trabalha uma organização de ex-freiras, responsáveis por descobrir novos
sabores de milk-shake que serão consumidos por astronautas da NASA em sua
próxima missão.
(Alguém
se habilita a contrariar esta afirmação? :-D)
6. Alegação
especial. Você
abre uma exceção à regra quando sua afirmação é exposta como falsa.
Eis que
um cientista tentou testar as habilidades de uma vidente:
– Meu dom
só funciona para quem tem fé que vai dar certo!
7. Ad
populum (em latim, “para as pessoas”). Nesse caso, você apela para a popularidade de um
fato para validá-lo como verdadeiro.
Menino:
Papai Noel existe!
Amiguinho:
Não existe não, boboca!
Menino:
Existe sim! Se tanta gente acredita nele, ele é OBRIGADO a existir.
E aí,
você consegue identificar essas falácias no seu dia a dia?
Se quiser
entender melhor a construção do discurso lógico ou até mesmo trabalhar suas
técnicas de convencimento, o BlogA indica a obra Razão & Argumentação, da Coleção Fundamentos Filosóficos, publicada
pela Penso Editora.
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