terça-feira, 18 de outubro de 2011

Educação: o que comemorar?

ÉLIDA PEREIRA JERÔNIMO

Na semana, dia, mês dos professores/educadores o que temos para comemorar? Teríamos se as instituições de ensino da rede municipal, estadual, federal e particular tivessem estruturas essenciais para o educador e os educandos.

Teríamos se os professores fossem respeitados pelo trabalho brilhante que executam.

Teríamos se nossos governantes investissem na educação e acreditassem que este seguimento é um dos que podem mudar a condição financeira, intelectual, pessoal, física, psicológica e mental da população.

Em vários países vemos profissionais serem ovacionados pelo sucesso na profissão. Profissionais de destaque que fazem a diferença e são orgulhos para o país. Porque? Porque investem na educação e formam profissionais gabaritados e competentes.

E no Brasil? Vemos notícias de tragédia. As noticias que dão ibope e que o brasileiro acostumou ver em destaque na mídia.

Na semana passada foi veiculada no site ABRELIVROS a pesquisa A Statistical Profile of the Teaching Profession, realizada pela OIT ( Organização Internacional do Trabalho) e UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura). A pesquisa foi realizada em 40 países, divulgada na Genebra (Suíça), nela aponta que o salário dos professores primário brasileiro é 3º (terceiro) pior do mundo.

Só não somos piores que Peru e Indonésia. De acordo com a pesquisa um professor primário brasileiro em inicio de carreira recebe em média, menos de R$ 5.000,00 por ano. No México, Argentina o mesmo profissional recebe o dobro. Nos países desenvolvidos, o salto é ainda maior. Na Alemanha, por exemplo, chega a US$ 30 mil e em Portugal 50 mil.

O estudo apenas demonstra o que tínhamos ciência: O Brasil não investe em educação.

Não destaco apenas a falta de investimento na remuneração dos educadores, mas também: falta de qualificação, estrutura, motivação, reconhecimento pela excelência da profissão e demais gargalos que assolam nossa classe de educadores.

"O baixo status social e a má remuneração fazem com que os bons estudantes desistam de seguir a carreira de professor. O mercado atrai para outras funções os profissionais que poderiam lecionar", afirma Lúcia Dellagnelo, gerente da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho em Santa Catarina. Ela lembra que, infelizmente, os salários baixos sempre foram tradição no Brasil. "Acredito que, para amenizar o problema, é preciso incentivar e gratificar os professores que estão dentro das salas de aula", ressalta.

Se nossos governantes não acordarem chegaremos num período em que estes profissionais serão raros e entrarão em extinção, visto que a maioria dos estudantes não querem seguir a carreira de professor pelas péssimas condições a que são submetidos. Em paralelo a isso o número de alunos em sala de aula aumentam e o número de professores reduzem. Onde vamos parar?

Diante destes aspectos o que comemorar?

Nossa comemoração é aplaudir de pé os educadores/professores que mesmo em más condições lecionam. Uns por realização de um sonho e por acreditar na melhoria da classe, outros por necessidade e outros paixão. A todos estes profissionais PARABÉNS, vocês são um exemplo a ser seguido e os maiores contribuintes pela formação de pessoas de bem e profissional qualificado.

Vamos continuar acreditando, porque acreditar é sonhar, ter ambição e vontade de viver. Ultrapassar todos os empecilhos e vencer os desafios!


Élida Pereira Jerônimo é advogada, pós - graduada em Processo Civil, cursando MBA em Gestão de Projetos.

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