Evelise Portilho*
Se entendermos que estilo é o que caracteriza o nosso gosto por aquilo que fazemos, e que por sermos diferentes utilizamos distintos caminhos em nossas aprendizagens e na hora de ensinar, é difícil estabelecer exatamente quais sejam os estilos de aprender e de ensinar mais adequados na construção do conhecimento.
Mas, ao partimos de uma teoria que embasa nossas crenças, fica mais fácil categorizar alguns estilos, mesmo sabendo das limitações implícitas neste agrupamento. A teoria que trabalho indica quatro estilos de aprendizagem: ativo, reflexivo, teórico e pragmático. Cada um deles sugere um grupo de características que servem de indicadores relativamente estáveis de como as pessoas percebem, agem interagem e respondem a seus ambientes de aprendizagem.
Os ativos gostam de aprender sempre coisas novas, ter novas experiências, representar papéis, viver situações de conflito e de risco. Os reflexivos aprendem observando , trocando opiniões com outras pessoas, revisando o aprendido ou acontecido ,investigando uma questão detalhadamente. Os teóricos sentem-se estimulados a aprender quando são convidados a questionar, a pôr em prova métodos que sejam à base de algo, a inserir todos os dados apresentados em um sistema, modelo, conceito ou teoria. Já os pragmáticos gostam de aprender quando descobrem técnicas imediatamente aplicáveis em seu dia a dia, assistindo o filme que demonstram como se faz as coisas, ou quando se concentram em questões práticas que comprovem a validade imediata.
Ao abordar a teoria dos Estilos de Aprendizagem são natural que se faça uma relação direta com o ensino, considerando que, ao tomar consciência do estilo predominante na sua aprendizagem, o professor perceba, no seu estilo de ensinar, as influências de seu modo particular de aprender e o reflexo disso no aprender de seu aluno.
O manjo flexível de diversos estilos é fundamental para uma prática docente eficaz e eficiente em sala de aula. Cada estilo de ensinar preenche um objetivo educativo diferente, assim como corresponde a um estilo de professor á natureza da atividade a ser desenvolvida , á conduta dos alunos e ao contexto onde a prática pedagógica acontece. Como é possível perceber, não existe um único estilo de ensinar que contemple todas as possíveis formas de construção do conhecimento.
Evelise Portilho, Pedagoga Especialista em Psicopedagoga, Mestre e Doutora em Educação, Professora da PUC-PR
Revista Aprendizagem, Ano 2. N.6 - Maio/Junho, pag. 9, 2008.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Quais os estilos de aprender e ensinar usados na construção do conhecimento
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