terça-feira, 18 de outubro de 2011

Escola pode ajudar na prevenção da obesidade

Rosângela Cadidé


A obesidade é considerada um dos grandes males do século, pois compromete a saúde do indivíduo trazendo outras complicações que podem levar à morte. Nos Estados Unidos, a primeira-dama Michelle Obama lançou o programa “Let’s move” (vamos nos mexer). Lá, em cada três crianças uma está acima do peso. No Brasil, o IBGE e o Ministério Público revelaram estatísticas semelhantes. Hoje, cerca de 33,5% das crianças estão com peso acima do recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Dessa forma, precisamos de políticas públicas que invistam, primeiramente na educação, pois futuramente irá diminuir gastos com a saúde pública.

Por que há necessidade de maiores investimentos no setor educacional para combater a obesidade? Primeiramente, porque precisa ser controlada desde a infância, por ser um fator de risco e de discriminação social; segundo, porque a escola é um espaço privilegiado para o estudo da alimentação e da nutrição como ciência, arte, técnica e história. E, se cabe a escola formar o futuro cidadão conhecedor dos seus direitos e deveres do dia a dia, esta ação educativa de criar hábitos saudáveis é justificável.

Atividades de caráter informativo e educativo são ações possíveis de serem desenvolvidas no ambiente escolar, devendo acontecer desde as primeiras séries do ensino fundamental, pois é nessa idade escolar que o ser humano cristaliza seus hábitos e quanto mais demorar, muito mais difícil será a correção. Além disso, o professor que tem em sua sala de aula alunos obesos, deve primeiramente ter a preocupação de evitar o “bullying” e a escola é essencial para corrigir desvios de comportamentos do grupo, tendo como aliados os pais. Cabe a nós educadores oferecer oportunidades saudáveis, principalmente, por termos dois agravantes criados no modelo da sociedade atual:

Primeiro agravante: a rotina de trabalho da maioria dos pais faz com que não tenham tempo para se dedicar a escolha de alimentos saudáveis aos seus filhos. Assim, as crianças que já escolhem o que comer, tem a sua frente um arsenal de deliciosas porções de alimentos gordurosos “fast foods” (proporcionados pelos pais sem tempo), incentivando seus filhos a dar preferência no seu dia a dia aos lanches, como salgadinhos, batatas fritas, biscoitos recheados...

Segundo agravante: ritmo de sedentarismo de nossas crianças. Há uma concorrência desleal em que o computador tem substituído as atividades físicas devido à violência que hoje faz parte de maneira exagerada na sociedade. Isso impede que nossas crianças brinquem regularmente fora da área fechada de suas casas, usando para isso o computador. Dessa forma, preocupados com a segurança dos filhos, os pais acabam incentivando a preferir o computador desde cedo, como fonte de lazer e diversão, como jogos etc...

É um prejuízo que esse novo modelo de sociedade, acuada, nos apresenta. Assim, passa ser ainda mais importante a parceria dos pais com a escola como forma de prevenir e combater a obesidade infantil. Por esses e tantos outros maus hábitos é que tem sido comum termos em nossas escolas crianças com “colesterol alto” e outras doenças que antes eram comuns da fase adulta. Diante dessa situação, é importante que nossos governantes priorizem investimentos na educação que favoreçam em nossas escolas “ a saúde de nossas crianças”, porque futuramente serão nossos adultos e idosos.

Os investimentos deveriam ocorrer principalmente nas estruturas físicas de nossas escolas, para que pudéssemos ter um “modelo padrão de escola” que ofertasse alimentos adequados, onde o ambiente alimentar fosse educativo (horário adequado com condições adequadas para comer) e espaços físicos adequados para ensinar as atividades físicas como deveria ser Sabemos que muitas públicas devido as suas estruturas funcionam precariamente, pois já presenciei crianças comendo de pé e praticando atividades físicas onde as condições do local não era apropriado.

A maioria dos Estados possui sistema de controle da merenda escolar, mas temos discrepâncias gigantescas, por necessitar de mais investimentos. Então, Se tivermos a demora em investimentos veremos as consequências ao longo prazo, como alteração no crescimento, anemia, imunidade deficiente, alterações no desenvolvimento intelectual, cognitivo e retardo no desenvolvimento do aprendizado. E, é claro, o excesso de peso acompanha derrame, hipertenção, Infarto entre outras doenças, que poderiam ser prevenidas com ações educativas dentro das escolas antes de virar uma “questão de saúde pública”, onde há gastos exorbitantes com tratamento dessas doenças que poderiam ser evitadas com mais investimentos no setor educacional seguido de vontade política. Quero ressaltar aos nossos governantes que a educação sempre foi e sempre será a base de tudo na sociedade.

Rosângela Fernandes Cadidé é professora há 10 anos das redes pública e particular, formada em Letras com Especialização em Recreação e Lazer pela Universidade Federação de MT, coordena o Centro de Estudos às Forças Armadas(CEAM) e escreve neste blog às sextas-feiras - rosangelacadide@hotmail.com

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