segunda-feira, 1 de abril de 2013

Boa prática em sala de aula ensina cidadania aos alunos

Atividades interdisciplinares orquestradas incentivam os estudantes do colegial a votar conscientemente
As eleições municipais do ano passado motivaram dois Professores da Escola Estadual Presidente Kennedy, localizada na periferia de São Paulo, a reacender a chama da cidadania nos Alunos do Ensino médio.
Para incentivar a reflexão sobre a importância do voto, atividades especiais foram implantadas em todas as disciplinas com o objetivo de contextualizar a realidade política e econômica da cidade. À medida que desvendavam o cenário eleitoral, o comprometimento dos estudantes com a escolha de seus representantes aumentava. “A parte prática do trabalho foi desenvolvida durante as aulas de sociologia. Cada grupo, de seis Alunos, recebeu a missão de pesquisar sobre a biografia, propostas e partido de um candidato a prefeito e um a vereador”, conta o Professor de sociologia e um dos idealizadores da prática, Jorge Nelson Cáceres.

O conhecimento adquirido nas pesquisas foi apresentado aos outros Alunos em forma de debates, que ficaram mais calorosos com a proximidade do pleito. “Os Alunos vibravam ao defender seus candidatos ou colocar em xeque a proposta dos adversários. Muitos, inclusive, decidiram tirar o título de eleitor para exercer na prática a escolha. Ao final do processo, todos haviam escolhido os próprios candidatos. Com certeza o ato de votar ganhou um significado para eles”, diz Cáceres. Para chegar a tal grau de interesse, o processo de aprendizado abrangeu quase todas as disciplinas.

Textos sobre os conceitos da democracia foram trabalhados durante as aulas de filosofia. Já nos períodos de matemática, os Alunos aprendem porcentagem através de gráficos e tabelas produzidos a partir de uma pesquisa eleitoral que eles mesmos fizeram com os moradores da comunidade.

Além disso, textos dissertativos sobre o candidato de cada Aluno com a devida argumentação foram produzidos durante as aulas de Português. “Foi um trabalho interdisciplinar de sucesso. Enfrentamos no começo alguma resistência dos pais, pela desconfiança de que a Escola estivesse fazendo campanha eleitoral. Mas, ao final do processo, conquistamos o apoio da família e o plano é replicar a ação em 2014, para trabalhar as eleições federais”, planeja. Cáceres pretende ainda colocar em prática este ano atividades para fomentar a discussão de assuntos polêmicos como a pena de morte, inclusão de cotas raciais nas universidades e descriminalização das drogas. “Procuro problematizar questões atuais presentes na sociedade.

O objetivo é desconstruir os questões morais e religiosas que os jovens trazem do âmbito familiar, para fomentar o senso crítico e assim oferecer a oportunidade de eles construírem seus próprios valores”.
Mudanças pontuais

Emplacar uma boa gestão em sala de aula é um dos maiores desafios enfrentados pelos Professores. Por isso, a Associação Parceiros da Educação, entidade sem fins lucrativos, que tem como objetivo intermediar o convênio entre empresas e Escolas da rede pública, promove anualmente workshops sobre boas práticas de Ensino com os Docentes das Escolas conveniadas.
O programa da Escola Presidente Kennedy, uma das 75 instituições conveniadas a entidade, ganhou destaque no encontro do ano passado.O compartilhamento das práticas complementa o trabalho de atualização dos Professores. “A formação continuada dos Docentes é acompanhada de perto pelos facilitadores (profissionais que acompanham o plano de ação das Escolas)”, diz Monica Guerra, coordenadora pedagógica do Parceiros da Educação. Ela conta que neste ano, um dos principais programas a serem trabalhados é a implantação de “matemotécas” nas Escolas.

O espaço é semelhante à tradicional biblioteca, mas no lugar dos livros, abriga jogos educativos para complementar o Ensino de matemática. Atrações como bingo de tabuada e batalha naval das operações básicas devem despertar o interesse dos Alunos pelos números. “Algumas Escolas já contam com o espaço e agora estamos priorizando o treinamento dos Professores para lidar com a novidade”, conta Guerra.


Espanhol on-line para estudantes do Ensino Médio

Para atender a demanda do mercado por profissionais que carregam em seus currículos um idioma além do inglês, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo abriu ontem inscrições para o curso do idioma espanhol on-line.

As aulas serão ministradas por uma plataforma virtual, que disponibilizará o conteúdo on-line. Para ter acesso a ferramenta, o estudante matriculado no Ensino médio regular ou Educação de Jovens e Adultos (EJA) deve utilizar o número de seu R.A. (Registro do Aluno) nos campos login e senha. A plataforma foi desenhada para ser acessada de forma intuitiva, o que deve facilitar a interação dos Alunos com material didático no ambiente virtual. A iniciativa é fruto de uma parceria entre o estado de São Paulo e a Universia Brasil.
O objetivo do curso é estimular a capacidade de comunicação escrita e oral dos Alunos para que estes possam se colocar com mais qualificações no mercado de trabalho. Com duração de 60 horas, o curso se dividirá em seis módulos. Cada qual será disponibilizado assim que o Aluno atingir 80% de acerto na avaliação do módulo anterior. Os Alunos terão cinco meses para realizar as atividades e o prazo limite tem para a conclusão dos módulos será no dia 25 de setembro.

O número de vagas oferecidas para o primeiro semestre deste ano para os Alunos matriculados no Ensino médio regular e no EJA é de 12,5 mil. Para obter mais detalhes sobre a inscrição e outras informações, acesse o site www.educacao.sp.gov.br.

“Escola integral faz toda a diferença”

A Associação Parceiros da Educação nasceu em 2006 para intermediar a parceria entre empresas e Escolas da rede pública do estado de São Paulo.Ofundador da entidade, Jair Ribeiro, que também é sócio do Banco Indusval, falou com exclusividade ao BRASIL ECONÔMICO sobre a atuação da entidade e o momento da Educação no Brasil.

O senhor percebe um aumento de interesse da iniciativa privada em apoiar a Educação durante esses quase sete anos de existência do Parceiros?

Em 2006, começamos com sete parcerias e hoje estamos com 75. É importante ressaltar que nos últimos dois anos optamos por priorizar a qualidade dos convênios em detrimento da expansão de parcerias. Nós tínhamos uma disparidade grande do valor de investimento que os empresários disponibilizavam por ano para as Escolas e isso está sendo acertado.

Hoje existem cerca de 75 parcerias ativas em São Paulo. O senhor pensa em um plano para expandir o trabalho para outros estados?

Oficialmente o programa contempla somente Escolas da grande São Paulo, mas alguns empresários se entusiasmaram com o programa e estão desenvolvendo projetos parecidos em outros estados. Não temos uma gerência direta sobre eles, mas compartilhamos nossa experiência.
Qual o valor médio dos convênios?
O valor padrão é de R$ 150 mil por ano, esse é o mínimo que é preciso investir em uma Escola para ter resultado. Claro que esse valor pode oscilar em decorrência do tamanho e também das demandas da instituição.
Como o senhor avalia a questão da Educação no Brasil hoje?
O Brasil está melhorando, mas neste ritmo não acredito que consiga atingir as metas do Plano Nacional de Educação (PNE) para 2022.
O que precisa ser feito para mudar esse quadro?
Temos que dar umsalto de qualidade e fazer uma revolução na Educação básica. Isso já está sendo feito em São Paulo, com a implantação das Escolas de período integral. Mais tempo na Escola é essencial para que o país consiga melhorar a qualidade do Ensino.
Uma das metas propostas pelo PNE é o aumento da parcela do PIB a ser investida em Educação: dos atuais 5,1% para 10%. O senhor é a favor dessa bandeira?
Acho que é preciso aumentar o volume de investimento por Aluno, pois o Brasil está muito aquém nesse quesito em comparação com outros países emergentes. Defendo um aumento na parcela investida do PIB, mas não precisa ser 10%; 7% já faria uma boa diferença. É preciso destacar ainda, que além do aumento dos recursos, a melhora na gestão da Educação é imprescindível para que esse montante adicional seja alocado de maneira precisa.
Como o senhor avalia a atuação do ministro da Educação Aloizio Mercadante?
O Mercadante é um grande defensor da Escola de tempo integral e nesse quesito, nossa linha de raciocínio é bem parecida.

Opinião: Mais ações para alavancar o futuro
A pesquisa CNI-IBOPE “Avaliação do Governo – Março de 2013”, divulgada na semana passada pela Confederação Nacional da Indústria, demonstra a consolidação da boa avaliação do governo Dilma Rousseff.
Segundo a pesquisa, o governo Dilma é ótimo ou bom para 63% dos brasileiros. Setenta e nove por cento dos entrevistados afirmam que aprovam amaneira de governar da presidente e 75% dizem que confiam na presidente. Para 61% da população o governo Dilma é igual ao governo do presidente Lula. Mais: o otimismo em relação ao término do governo Dilma cresceu, passando de 62% para 65% a porcentagem de pessoas que acreditam que Dilma encerrará o primeiro mandato com avaliação ótimo e bom.
A pesquisa aponta o combate à fome e à pobreza, ao desemprego e a luta para a melhoria do meio ambiente como os principais fatores para a avaliação positiva do governo Dilma. As áreas de saúde, impostos, meio ambiente e Educação registraram aumento significativo no porcentual de aprovação, diz a pesquisa. Para nós, essa avaliação é muito significativa, pois ela constata o reconhecimento da população aos esforços do governo federal em priorizar temas que sempre foram fundamentais ao partido: o combate à fome e à pobreza, o pleno emprego e a prioridade à saúde e Educação.
Outro dado importante da pesquisa é a manutenção da boa avaliação dos governos do PT em todas as pesquisas realizadas, desde o primeiro mandato do governo Lula. A administração de Dilma vem conseguindo manter os níveis de aprovação do governo de Lula e mesmo melhorar alguns itens. Este é o ponto.
As últimas eleições mostraram que os índices de aprovação do governo foram decisivos. Senão, vejamos: em 19 de março de 2009, Dilma tinha 11% de intenção de votos, enquanto José Serra tinha 35%. Ao mesmo tempo, Lula tinha 64% de avaliação ótima e boa de seu governo. Dilma ganhou. Dois anos depois, em março de 2011, a avaliação da presidente Dilma era de 56%, enquanto que Haddad tinha 2% das intenções de voto e Serra, 26%. Haddad ganhou.
Os números demonstram, portanto, que a população aprova o caminho que escolhemos. E uma provável vitória da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2014 abrirá o caminho para aprofundar as mudanças e promover uma revolução na Educação, na infraestrutura, na segurança e na saúde.
Na Educação precisamos universalizar as Escolas de tempo integral no Ensino fundamental; promover uma grande mudança curricular; conectar ainda mais o Ensino à internet; garantir formação de qualidade aos técnicos e graduados e multiplicar exponencialmente o número de mestres e doutores. Na infraestrutura, temos que ter um novo modal de transportes que multiplique ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos. Temos também que investir mais em infraestrutura urbana, para garantir a universalização de esgoto, água potável, energia elétrica e fontes alternativas.O desafio é fazer com que nossos indicadores sociais sejam compatíveis com os de um país que já é a 6ª potência econômica mundial.
Fonte: Brasil Econômico/ Cândido Vaccarezza - Deputado federal (PT-SP)  27/03/2013

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