sábado, 6 de abril de 2013

O preço da autoestima...

Elga Figueiredo

   É comum ouvirmos histórias sobre chefes durões, estressados que curtem o clima de terror, e usam de ameaças no ambiente de trabalho. Com certeza você já viveu, ou sabe de alguém que viveu ou vive nesse terror. O abuso do poder diretivo no trabalho, decorrente de prática de situações vexatórias e humilhantes, além de pressão para o cumprimento de metas excessivas, podem caracterizar o assédio moral.
    O assédio moral pode ser definido como a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções. Revela também discriminação, pois é especificamente dirigida e concentrada na pessoa daquele indivíduo determinado.

   É um absurdo, mas o assédio moral é mais comum do que se imagina. Chamar um funcionário de burro, incompetente, mocorongo, tartaruga, preguiçoso, entre tantas outras denominações, para impor autoridade, e o pior, perante outros colegas, é uma prática maldosa, porque faz com que o trabalhador competente se sinta como se não fosse apto para a função.

   Na maioria das vezes o objetivo do agressor é alcançado, levando a autoestima do ofendido a um processo de degradação. Com isso vem uma incessante pergunta: a quem recorrer? Primeiramente, deve-se tentar cessar o mal através de uma reclamação no RH da empresa, contudo, como geralmente tais comportamentos tem aquiescência do proprietário, posto que, se o dono não se indentifica com tal comportamento não permitiria essa crueldade. Acredito que o melhor é sair do emprego, receber os direitos trabalhistas e ingressar com Ação de Indenização por Danos Morais.

   É crescente o número de processos motivados por assédio moral no Brasil. O valor das indenizações tem variado de R$ 10 mil a R$ 2 milhões. Nas ações coletivas, o valor das condenações tem chegado a R$ 40 milhões. O mais importante é não ficar calado! Existem várias situações que se configuram assédio moral como: revista íntima, brincadeiras ofensivas, estratégias maçantes de vendas, exames de HIV/AIDS e BETA HCG (gravidez), rebaixamento profissional, isolamento profissional, entre outros.

   O assediado moralmente, na maioria das vezes, é escolhido por despertar no agressor o medo, a inveja e a insegurança. É preciso programas educacionais em que se ensinem sobre as normas devidas de uma boa convivência para ter um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências, já que o trabalho é nossa segunda casa.

  Elga Figueiredo é empresária e advogada, especialista em direito do consumidor e com o quadro Momento do Consumidor na rádio Mega FM em Cuiabá, e escreve exclusivamente neste Blog toda sexta-feira - e-mail: elgafigueiredo@hotmail.com

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