DE SÃO PAULO
O presidente do Inep (instituto de pesquisas do MEC), Luiz Cláudio da Costa, diz "respeitar" o trabalho da ONG, mas afirma que a União se apoia em outra medição.
Ele citou o Ideb, índice federal de 0 a 10 que mescla o desempenho em português e em matemática na Prova Brasil com as taxas de aprovação dos alunos.
No índice, os anos finais do ensino fundamental público foram de 3,5 para 3,9 entre 2007 e 2009 (atingindo as metas que foram estabelecidas pela pasta).
"Nossa medição olha a média, não só os melhores alunos", diz Costa. "Claro que há alguma perda com o passar das séries, que vão ficando mais complexas, mas as perspectivas são positivas."
PROFESSORES
Cleuza Repulho, presidente da Undime (entidade dos secretários municipais de Educação), diz que o maior problema é a falta de docentes. Para ela, as redes precisam ter carreira e salários mais atraentes e são necessárias mais verbas para o setor.
Heleno Araújo, dirigente da CNTE (que representa docentes da rede pública), diz que um problema dos anos finais do fundamental é que começam as diversas disciplinas. "O que é ensinado tende a perder a unidade", afirma.
Para Angela Dannemann, diretora-executiva da Fundação Victor Civita, que investigou boas práticas no ensino de matemática, os cursos de formação dos professores têm falhas. "Falta a didática do ensino da matemática."
A docente da PUC-PR Neuza Bertoni Pinto cita a dificuldade para mostrar a relação da matemática com o mundo real. "O aluno deve ser seduzido para a aprendizagem."
Já uma aluna de 14 anos reclama das faltas dos professores. Até este mês, estava no 8º ano da escola municipal Paulo Carneiro Thomaz Alves, uma das piores públicas de São Paulo. "Ano passado ficamos no pátio quase todas as aulas de matemática."
A Secretaria de Educação afirma que o quadro está completo, mas que está preocupada "com o elevado número de ausências dos professores".
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