sexta-feira, 5 de abril de 2013

MT - Estudantes de escolas públicas são premiadas em concurso internacional de poesia

A estudante Luciane do Nascimento e a professora Raquel Machado Santana, ambas de escolas de campo da rede estadual, tiveram poesias classificadas no Concurso de Poesia Internacional pela Paz, promovido pela El Rowad American College, Cairo-Egito, com embaixadores no país e em Mato Grosso.  Ao todo, três representantes do Estado, uma delas estudante da rede municipal de Várzea Grande, foram destaque no concurso divulgado no início de abril pela organização.

Luciene é estudante do Ensino Médio da Escola Estadual Paulo Freire, uma das quatro escolas estaduais do assentamento Antonio Conselheiro, em Barra do Bugres. A adolescente, de 15 anos, ficou com o segundo lugar, entre os 1.500 estudantes inscritos dos mais de 40 países participantes. “Gosto de ler poesias, quando tenho tempo escrevo poemas”, destaca a garota que planeja estudar  Medicina ou Enfermagem, no curso superior. 

A rotina dos estudos de gramática e leitura da escola incentiva os estudantes a buscarem na escrita uma ferramenta de mudanças sociais.  A escola é uma das quatro existentes na área, de mil famílias assentadas, o maior assentamento da América Latina. A falta de área de lazer e espaços culturais faz com que os jovens busquem na leitura e escrita uma fonte de distração. Dezenove estudantes se inscreveram, o que representa 20% dos alunos da escola, mas desta vez foi Luciene com o poema “Paz” quem ficou com a melhor colocação. 

Na Agrovila Bojuí, em Diamantino,  a  professora Raquel Santana é a responsável pelas aulas de Língua Portuguesa e Literatura, da Escola Estadual  Maria Tissiane de Oliveira. O poema inscrito por ela, ganhou  mensão honrosa e tradução para o francês.  Com o poema protesto  “Só queremos, meus amigos, sermos iguais, por favor”, ela  relata o quanto rico culturalmente são os estudantes do campo e o pouco que são respeitados.

O poema entrou no concurso inesperadamente. A partir da inscrição em setembro de 2012, uma solicitação de documentos feita pela comissão organizadora  acabou por levar a professora a encaminhar uma reivindicação em forma de poema na ficha de inscrição dos estudantes.  “Foi  uma surpresa.  Uma notícia que fortalece a prática educativa que trabalho da escola e uma forma de validar mundialmente o estudantes do campo”, conclui. 

ROSELI RIECHELMANN
Assessoria/Seduc-MT

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