SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
A obrigatoriedade da experiência em sala de aula
para obter o título de professor é um consenso entre especialistas em formação
docente. Mas como deve ser o estágio ainda causa dúvidas.
Na USP, melhor universidade do país de acordo com o
RUF (Ranking Universitário Folha), a Faculdade de Educação estipula o estágio
por etapas ao longo do curso.
A cada nova modalidade aprendida, por exemplo o
ensino de artes, o estudante faz um estágio correspondente.
"Isso faz com que o aluno aproveite o conteúdo
em aula para aplicar no estágio", explica Marcos Neira, coordenador da
Comissão de Pedagogia da universidade.
Na Unicamp, assim como na maioria das
universidades, os estágios são concentrados no final da graduação.
Mas o que o diretor da Faculdade de Educação da
Unicamp, Luiz Carlos de Freitas, deseja mesmo é implementar um modelo de
residência pedagógica como acontece em países como a Finlândia.
Nesse modelo, o treinamento em sala de aula
acontece depois que o professor já tiver cumprido seus créditos.
"Os médicos têm de fazer residência antes de
atender um paciente. A mesma coisa deveria acontecer com o professor",
argumenta.
"Os estágios são mal acompanhados pelos
professores dos cursos superiores e nem sempre são realizados em escolas com
bom desempenho pedagógico", afirma Bertha Valle, da Anfope (Associação
Nacional pela Formação dos Profissionais de Educação).
A adoção da residência pedagógica está em análise
pelo Congresso Nacional desde 2012, quando o senador Blairo Maggi (PR-MT)
apresentou um projeto de lei que determina a obrigatoriedade da residência
pedagógica para obtenção do título de professor.
O projeto ainda não tem data para ser votado.
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