segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Especialistas querem residência pedagógica para docente


 
SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO 

A obrigatoriedade da experiência em sala de aula para obter o título de professor é um consenso entre especialistas em formação docente. Mas como deve ser o estágio ainda causa dúvidas. 

Na USP, melhor universidade do país de acordo com o RUF (Ranking Universitário Folha), a Faculdade de Educação estipula o estágio por etapas ao longo do curso. 

A cada nova modalidade aprendida, por exemplo o ensino de artes, o estudante faz um estágio correspondente. 

"Isso faz com que o aluno aproveite o conteúdo em aula para aplicar no estágio", explica Marcos Neira, coordenador da Comissão de Pedagogia da universidade. 

Na Unicamp, assim como na maioria das universidades, os estágios são concentrados no final da graduação. 

Mas o que o diretor da Faculdade de Educação da Unicamp, Luiz Carlos de Freitas, deseja mesmo é implementar um modelo de residência pedagógica como acontece em países como a Finlândia. 

Nesse modelo, o treinamento em sala de aula acontece depois que o professor já tiver cumprido seus créditos. 

"Os médicos têm de fazer residência antes de atender um paciente. A mesma coisa deveria acontecer com o professor", argumenta.

"Os estágios são mal acompanhados pelos professores dos cursos superiores e nem sempre são realizados em escolas com bom desempenho pedagógico", afirma Bertha Valle, da Anfope (Associação Nacional pela Formação dos Profissionais de Educação). 

A adoção da residência pedagógica está em análise pelo Congresso Nacional desde 2012, quando o senador Blairo Maggi (PR-MT) apresentou um projeto de lei que determina a obrigatoriedade da residência pedagógica para obtenção do título de professor. 

O projeto ainda não tem data para ser votado.

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