De volta para a escola
OPRosely Sayão
Nos próximos dias, as crianças voltarão às aulas depois de um período de
descanso. O melhor desse retorno é reencontrar os colegas, conviver e brincar
com eles e até mesmo provocá-los. Isso também faz parte do relacionamento entre
elas.
Durante as férias, em geral, as crianças ficam sem a rotina rigorosa que a escola impõe até mesmo fora de seu espaço. É que o horário escolar determina também os horários em casa. Horários para dormir, para acordar, para alimentar-se e para brincar, entre outros, são organizados pela família de acordo com o horário em que os filhos vão para a escola, não é verdade?
Além da retomada de uma rotina nem sempre agradável para a criança, retornam também as responsabilidades com a vida escolar: lição de casa, estudo para um bom aproveitamento, aulas particulares e outras atividades complementares. E voltam também a cobrança dos pais e as próprias da criança, é claro.
Por isso é que, depois das férias, independentemente da idade, a criança passa novamente por um período de adaptação. E, nesse recomeço, muitos pais enfrentam birras, recusas, mal humor, resistências e choros que atrapalham a retomada da rotina e o cotidiano familiar, sempre marcado por horários.
É preciso ter paciência porque é difícil mesmo para a criança passar de uma situação para outra quando a escolha não foi feita por ela. Quando ela está dormindo não quer acordar, quando está brincando não quer ir tomar banho e, quando está no banho, não quer sair. Haja paciência! Mas esse é mesmo o ingrediente mais importante quando se tem filhos.
Há também um ponto importante que nem sempre é considerado nessas horas difíceis para os pais, que podem achar que tudo não passa de manha dos filhos.
Como integrante da família, o filho é único, mesmo quando há irmãos. Todos os filhos são únicos na dinâmica familiar atual. E, acima de tudo, as crianças são o centro da família.
Agora, imagine, caro leitor, sair desse lugar privilegiado e passar a ser mais uma entre tantas outras crianças. Não, não é nada fácil para ela essa passagem do aconchego e da segurança do ambiente familiar para a impessoalidade do mundo público. Essa é uma das funções fundamentais da escola. Aliás, essa é uma das lições mais difíceis para a criança: a entrada no mundo público. Difícil, mas absolutamente necessária.
Na experiência de ser mais uma, a criança tem vantagens e desvantagens. Ela vivencia, por exemplo, relacionamentos em que o afeto não é o eixo central. Por mais que isso possa parecer ruim, saiba, leitor, que é muito bom! Os afetos familiares são fundamentais, mas também pressionam, exigem, cobram. Livrar-se deles por um período do dia é estruturante também para a criança.
Por outro lado, participar de um grupo de adultos e de pares que a criança não escolheu pode ser incômodo. Mas assim será a vida dela num futuro próximo e, por isso, é tão importante que ela aprenda a viver por conta própria no ambiente social.
É por isso que muitas crianças expressam, de maneiras diversas, algum desgosto no retorno às aulas. E é por isso também que os pais precisam ser pacientes, compreensivos e amorosos na situação, porém firmes e confiantes de que o filho conseguirá superar sua dor. E a escola deve realizar essa transição docemente.
Aprender e crescer doem, mas ninguém deve permanecer na infância além do tempo próprio dela, não é?
Durante as férias, em geral, as crianças ficam sem a rotina rigorosa que a escola impõe até mesmo fora de seu espaço. É que o horário escolar determina também os horários em casa. Horários para dormir, para acordar, para alimentar-se e para brincar, entre outros, são organizados pela família de acordo com o horário em que os filhos vão para a escola, não é verdade?
Além da retomada de uma rotina nem sempre agradável para a criança, retornam também as responsabilidades com a vida escolar: lição de casa, estudo para um bom aproveitamento, aulas particulares e outras atividades complementares. E voltam também a cobrança dos pais e as próprias da criança, é claro.
Por isso é que, depois das férias, independentemente da idade, a criança passa novamente por um período de adaptação. E, nesse recomeço, muitos pais enfrentam birras, recusas, mal humor, resistências e choros que atrapalham a retomada da rotina e o cotidiano familiar, sempre marcado por horários.
É preciso ter paciência porque é difícil mesmo para a criança passar de uma situação para outra quando a escolha não foi feita por ela. Quando ela está dormindo não quer acordar, quando está brincando não quer ir tomar banho e, quando está no banho, não quer sair. Haja paciência! Mas esse é mesmo o ingrediente mais importante quando se tem filhos.
Há também um ponto importante que nem sempre é considerado nessas horas difíceis para os pais, que podem achar que tudo não passa de manha dos filhos.
Como integrante da família, o filho é único, mesmo quando há irmãos. Todos os filhos são únicos na dinâmica familiar atual. E, acima de tudo, as crianças são o centro da família.
Agora, imagine, caro leitor, sair desse lugar privilegiado e passar a ser mais uma entre tantas outras crianças. Não, não é nada fácil para ela essa passagem do aconchego e da segurança do ambiente familiar para a impessoalidade do mundo público. Essa é uma das funções fundamentais da escola. Aliás, essa é uma das lições mais difíceis para a criança: a entrada no mundo público. Difícil, mas absolutamente necessária.
Na experiência de ser mais uma, a criança tem vantagens e desvantagens. Ela vivencia, por exemplo, relacionamentos em que o afeto não é o eixo central. Por mais que isso possa parecer ruim, saiba, leitor, que é muito bom! Os afetos familiares são fundamentais, mas também pressionam, exigem, cobram. Livrar-se deles por um período do dia é estruturante também para a criança.
Por outro lado, participar de um grupo de adultos e de pares que a criança não escolheu pode ser incômodo. Mas assim será a vida dela num futuro próximo e, por isso, é tão importante que ela aprenda a viver por conta própria no ambiente social.
É por isso que muitas crianças expressam, de maneiras diversas, algum desgosto no retorno às aulas. E é por isso também que os pais precisam ser pacientes, compreensivos e amorosos na situação, porém firmes e confiantes de que o filho conseguirá superar sua dor. E a escola deve realizar essa transição docemente.
Aprender e crescer doem, mas ninguém deve permanecer na infância além do tempo próprio dela, não é?
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