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Após a independência do Brasil em 1822,o cenário político
nacional foi dividido em dois setores que disputavam o poder entre si. Os
Liberais defendiam a autonomia para as províncias,hoje, estados e a eliminação
do modelo colonial por completo. Do outro lado, os portugueses queriam a
manutenção da centralização do poder e a continuação dos seus privilégios.
Com a renúncia de d. Pedro I, e a menoridade do futuro d. Pedro
II, o trono brasileiro ficou vago, nascendo assim o período regencial (1831
-1840). Nessa fase eclodem revoltas armadas em diversas regiões do país.
Essas rebeliões eram motivadas pelo clima de ‘acerto de contas‘
entre brasileiros e portugueses, além do protesto veemente contra as péssimas
condições de vida da esmagadora maioria da população,que mais de uma década
pós-independência constatava que nada havia melhorado.
Em Cuiabá explodiu uma violentíssima revolta político/social
que levou à morte dezenas de pessoas em 30/05/1834, com consequências que se
arrastaram por décadas.
Durante mais de 150 anos vigorou a tese de que a causa original
da Rusga foi a ‘lusofobia‘, aversão aos portugueses, apelidados de ‘bicudos‘
pelos cuiabanos.
Hoje há consenso entre historiadores de que a causa principal
da Rusga foi a disputa pelo poder em Mato Grosso entre as duas facções políticas
locais: os Liberais (Sociedade dos Zelosos da Independência) e os Conservadores
(Caramurus - Sociedade Filantrópica).
A Rusga em si consistiu num levante armado realizado pela
oposição (Liberais) com o objetivo de derrubar o governo conservador e assumir o
poder em Mato Grosso. Também queriam,os mais exaltados, assassinar a elite
lusitana e os grandes latifundiários.
Governava a província o cel. João Poupino Caldas,que durante a
explosão da revolta saiu às ruas com o bispo dom José A. Reis, suplicando o fim
dos assassinatos. Os ‘Rusguentos‘ não pararam e acusaram Poupino Caldas de
traidor.
Sem apoio militar e isolado politicamente, o governador Poupino
Caldas solicitou sua substituição.O novo governador, Antonio Pedro Alencastro,
foi rigoroso na perseguição aos líderes da Rusga, efetuando prisões. Poupino
Caldas foi carimbado como o ‘dedo duro‘ que ‘entregou‘ os cabeças do movimento.
Em 1836, no dia em que deixaria Cuiabá, João Poupino Caldas foi
assassinado,provavelmente a mando dos Liberais exaltados.
Os ‘Rusguentos‘ chegam ao poder em Mato Grosso com a nomeação
de Pimenta Bueno como governador ainda em 1836.
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terça-feira, 6 de agosto de 2013
Rusga
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