sábado, 23 de julho de 2011

MT- Estudantes alegam que "mataram para não morrer"

Escola Cesário Neto viveu pânico na manhã de quinta-feira; rapazes executaram colega a tiros

Marcus Vaillant/A Gazeta

Maurício e Vinícius foram presos em flagrante após executarem Gustavo, dentro da escola
DA REDAÇÃO

Os dois estudantes acusados de matar a tiros o colega Gustavo Pacheco da Silva, 16, na manhã de quinta-feira (21), na Escola Estadual Cesário Neto, em Cuiabá, alegaram que mataram o adolescente porque estavam sendo ameaçados por ele.

Vinícius Toledo Lemos e Maurício da Silva Pereira Filho, ambos de 18, foram presos em flagrante. Eles disseram ao delegado André Renato Gonçalves, da Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa 9DHPP), que decidiram matar o desafeto na escola porque era o local onde se encontravam. Gustavo morava no bairro Dom Aquino e os autores do crime, no Areão.

Ao constatarem que Gustavo fora à escola - no bairro Bandeirantes, ao lado do Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá -, Vinícius retornou à sua casa, no horário do intervalo, e pegou o revólver que escondera no quarto e voltou à unidade educacional.

Como não havia vigia, ele entrou sem problemas. Esperou Gustavo sair da sala, o chamou e atirou cinco vezes. Em seguida, ele e Maurício permaneceram na escola, até serem presos pela Polícia Militar. Vinícius foi apontado por outros colegas como o responsável em apertar o gatilho.

Ao checar Gustavo, os policiais descobriram que ele era investigado num crime ocorrido no bairro Dom Aquino, no início deste ano. Vinícius e Maurício negaram que a morte do desafeto seja vingança pelo assassinato atribuído ao adolescente.

“Não temos informações que confirmem que seja vingança pelo homicídio, até porque os dois moram no Areão e a vítima, no Dom Aquino", explicou o delegado.

Ontem de manhã mesmo, os dois estudantes foram levados para a Cadeia Pública do Carumbé, ficando à disposição da Justiça. Na manhã desta sexta-feira (22), os dois rapazes fizeram exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML).

O crime

O estudante Gustavo Pacheco da Silva, 16, do 8º ano da Escola Estadual de Ensino Básico Cesário Neto, foi assassinado com cinco tiros. O crime ocorreu por volta das 9h30, durante o intervalo das aulas.

As investigações apontam um acerto de contas, com brigas entre gangues dos bairros Dom Aquino, onde a vítima morava, e Areão, onde vivem os dois autores do homicídio. Gustavo era investigado como suspeito em assassinato ocorreu no início do ano no Dom Aquino, motivado por uma briga entre as duas gangues.

Segundo o relato de testemunhas, os criminosos chegaram pelo portão da frente e caminharam até a sala do 8º ano, onde Gustavo estudava. Assim que chegaram na porta, Vinícius atirou cinco vezes, acertando todos os disparos, três no braço e dois no ombro. Os atiradores não foram à escola para estudar, mas especificamente para praticar o assassinato, segundo testemunhas.

A dupla foi presa por policiais militares, que foram acionados por professores. Eles foram localizados dentro da unidade educacional e, com eles, os PMs apreenderam um revólver calibre 38 com cinco munições deflagradas.

Segundo o subcomandante do 1º Batalhão, major Manoel Bugalho Neto, o crime ocorreu por "desavenças anteriores", entre vítima e os dois autores do crime.

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