Por Celso Roberti
Tenho escrito sobre EaD, vantagens, aplicações, perfil, mas vi que estava faltando falar de algo mais básico, que não é uma experiência comum a todos e, sem dúvida, o que gera mais impacto. Afinal, cadê a escola?
Em uma educação tradicional normalmente nos dirigimos a um estabelecimento onde encontramos salas de aula, professores, biblioteca. Também há um café para conversar com os amigos, salas de monitores para tirar dúvidas, salas de estudo para nos reunir com colegas.
E na EAD? Bem, todo esse processo é substituído por um software, um programa de computador usado via Internet chamado LMS, Learning Management System. Não vou traduzir, pois colocar as palavras “gerenciamento” e “aprendizagem” na mesma frase sempre me parece estranho ;-).
Mas o que esse tal de LMS faz? Justamente simula todos os ambientes necessários para o estudo, mas via computador. Ele traz um conjunto de ferramentas que reproduzem as nossas atividades em uma escola.
Por exemplo, ele tem um chat, onde o professor pode agendar um horário para tirar dúvidas, ou um grupo pode marcar um horário para desenvolver um trabalho. Tem um fórum, que também pode ser usado para dúvidas, porém é assíncrono (ou seja, a resposta não será imediata), assim como correio eletrônico. Traz ferramentas para elaborar avaliações e compartilhar arquivos, permitindo assim ao professor disponibilizar provas e conteúdos. Alguns já têm integração com bibliotecas digitais, as quais permitem o acesso a milhares de publicações (infelizmente, no Brasil as instituições de ensino que necessitem do credenciamento do MEC ainda têm que implementar bibliotecas físicas em seus pólos, o que onera os custos).
Esses ambientes também permitem a disponibilização de vídeos de aulas, podcasts, links de sites relevantes, conteúdos externos ou seja, compartilhar qualquer tipo de conteúdo. E entregam ferramentas de monitoramento importantes ao professor as quais permitem que este saiba quais documentos foram acessados, por quem e quando. Mostram resultados de avaliações, registram conversas das salas de bate-papo e dos fóruns, e alguns já geram indicadores disso. Quem mais participa, quem mais estimula a discussão, quem desaparece ;-) ...
E isso é caro? Como tudo hoje na Internet, temos tanto software livre como pago. A maior parte das instituições de ensino no Brasil se baseia em software livre, onde o principal é o Moodle. Também temos o Sakai, um projeto mais recente e com a força de grandes instituições norte-americanas. No Brasil, um grupo da UNICAMP (NIED) desenvolveu há alguns anos um ambiente chamado Teleduc, que trabalha muito bem com conceitos de colaboração. E temos os pagos, Blackboard (mais voltado para instituições de ensino), SABA (mais focado em educação corporativa), eCollege (Pearson), uma solução interessante que já traz a infra-estrutura junto e permite rápida agregação de material.
Já existem mais de 100 produtos desse tipo no mercado e novas abordagens pedagógicas têm trazido soluções muito interessantes. Portanto, a avaliação deve ser bem cuidadosa e, principalmente, direcionada a estratégia de ensino de quem vai utilizá-lo... nunca esquecendo que no e-learning, o “learning” deve ser maior do que o “e” :-).
Celso RobertiCelso trabalha com EAD (educação a distância) há dez anos. Matemático de formação e inquieto por natureza, já passou por empresas de tecnologia e educação.
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