Não conheci a coordenadora pedagógica titular da escola em que meus
filhos estudam, mas imagino que ela seja ótima. Na verdade, ninguém a viu
trabalhar ali. Logo depois de assumir o cargo, no final de 2012, foi chamada
para fazer parte da equipe da Coordenadoria dos Núcleos de Ação Educativa
(Conae) da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Até ai, seria apenas a
saída de uma profissional, mas um sistema comum às redes públicas de ensino
transforma promoções de educadores em punição para os estudantes.
Para garantir que, em caso de perder um cargo comissionado, o professor ou gestor possa retornar à função original, sua vaga na escola fica atrelada a seu nome. Outro profissional pode até ocupá-la, mas ciente de que a qualquer momento o dono pode aparecer e ele terá de sair. É mais ou menos como um assento preferencial em um ônibus, mas na escola, alunos e o restante da equipe é que saem prejudicados quando o lugar fica vago.
No exemplo concreto da escola dos meus filhos, a professora “modular” – como são chamadas as que podem mudar de função dentro da unidade – foi conduzida à coordenação pedagógica interinamente. Ela deu início aos trabalhos, mas todos sabem que sairá logo porque foi aprovada em concurso exatamente para esse cargo e aguarda ser chamada para escolher uma escola em que será a titular. Não pode ser a atual, pois o título já está ocupado por alguém que não trabalha ali. Ou seja, vai se sentar em outro “assento reservado” que estiver sendo usado por alguém “não preferencial” em outra instituição e o círculo de escolas envolvidas vai crescendo.
Na rede estadual de São Paulo as vagas presas são as de professores e o prejuízo aos alunos é mais direto. Toda vez que um educador assume um cargo de gestão, mesmo que dentro da própria escola, a sala em que ele deveria atuar fica delegada a substitutos – o que ajuda a explicar a quantidade de troca de professores e aulas vagas durante o ano na rede.
Em outros Estados a situação se repete. No Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado da Educação admite que mais de 700 docentes estão fora das escolas, enquanto faltam cerca de 800 para resolver o déficit de professores em exercício.
As ascensões de educadores podem ser legítimas, embora o benefício para a rede seja questionável já que se priva os alunos dos, em tese, melhores profissionais. Dar garantia a um servidor chamado a um cargo comissionado também faz sentido, mas poderia ser no posto a que foi conduzido pelo menos até o próximo ano letivo, afinal todos sabem a importância da continuidade no processo pedagógico. Só não cabe colocar a segurança do professor ou gestor ausente acima da razão de ser da escola. Travar ou tumultuar a vaga docente é relegar a aprendizagem ao fim da fila das prioridades da educação.
Para garantir que, em caso de perder um cargo comissionado, o professor ou gestor possa retornar à função original, sua vaga na escola fica atrelada a seu nome. Outro profissional pode até ocupá-la, mas ciente de que a qualquer momento o dono pode aparecer e ele terá de sair. É mais ou menos como um assento preferencial em um ônibus, mas na escola, alunos e o restante da equipe é que saem prejudicados quando o lugar fica vago.
No exemplo concreto da escola dos meus filhos, a professora “modular” – como são chamadas as que podem mudar de função dentro da unidade – foi conduzida à coordenação pedagógica interinamente. Ela deu início aos trabalhos, mas todos sabem que sairá logo porque foi aprovada em concurso exatamente para esse cargo e aguarda ser chamada para escolher uma escola em que será a titular. Não pode ser a atual, pois o título já está ocupado por alguém que não trabalha ali. Ou seja, vai se sentar em outro “assento reservado” que estiver sendo usado por alguém “não preferencial” em outra instituição e o círculo de escolas envolvidas vai crescendo.
Na rede estadual de São Paulo as vagas presas são as de professores e o prejuízo aos alunos é mais direto. Toda vez que um educador assume um cargo de gestão, mesmo que dentro da própria escola, a sala em que ele deveria atuar fica delegada a substitutos – o que ajuda a explicar a quantidade de troca de professores e aulas vagas durante o ano na rede.
Em outros Estados a situação se repete. No Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado da Educação admite que mais de 700 docentes estão fora das escolas, enquanto faltam cerca de 800 para resolver o déficit de professores em exercício.
As ascensões de educadores podem ser legítimas, embora o benefício para a rede seja questionável já que se priva os alunos dos, em tese, melhores profissionais. Dar garantia a um servidor chamado a um cargo comissionado também faz sentido, mas poderia ser no posto a que foi conduzido pelo menos até o próximo ano letivo, afinal todos sabem a importância da continuidade no processo pedagógico. Só não cabe colocar a segurança do professor ou gestor ausente acima da razão de ser da escola. Travar ou tumultuar a vaga docente é relegar a aprendizagem ao fim da fila das prioridades da educação.
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