quarta-feira, 10 de abril de 2013

Estado e religião não combinam

A rica história da humanidade tem demonstrado que quando queremos espalhar o ódio, criar ditaduras, fazer guerras ou destruir uma nação é só misturar política de Estado e religião. As pessoas têm suas crenças e isso é bom

JOÃO EDISOM



A presidência da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados virou caso de polícia. O PSC (Partido Social Cristão) está usando um louco esquizofrênico para aparecer no cenário nacional e o Congresso passa por um constrangimento social enorme em virtude do tamanho da repercussão que o caso Marco Feliciano, PSC-SP, vem tomando. E o povo que tem um mínimo de consciência perde a esperança de vez no Brasil.

A rica história da humanidade tem demonstrado que quando queremos espalhar o ódio, criar ditaduras, fazer guerras ou  destruir uma nação é só misturar política de Estado e religião. As pessoas têm suas crenças e isso é bom. São convicções que ligam a vida terrena aos mistérios da origem e da pós-morte física. Já o Estado é para todos indistintamente de credo, raça, origem ou gênero. As verdades esparramadas por todos os cantos do mundo precisam sobreviver, conviver e se suportar apesar das diferenças.

Neste sentido, é um absurdo que concepções ideológicas formem bancada a revelia e façam pressão. Seja ela ligada a igrejas, empresas privadas ou grupos de interesse econômico. Cada parlamentar deverá defender as convicções de seus partidos pelos quais foram eleitos, o poder nacional não poderá ser loteado. Tais bancadas, como a bancada da bola, bancada evangélica, bancada ruralista e etc. São absurdos. É aí que nasce a corrupção, os desvios e as distorções do poder.

O partido político por si só já é uma bancada; ele tem estatuto, ideologia, filosofia... Não precisamos de outras. O que precisamos é ter partidos fortes comprometidos com as causas sociais, e não conluios de grupos escusos a serviço de pensamentos excludentes que só convergem para a afronta e desrespeito das demais pessoas e demais correntes de pensamentos.

O senhor Marco Feliciano é um símbolo de tudo aquilo que temos de pior no cenário político brasileiro: arrogância, estelionato, mentiras e bravatas... Mas não é só ele. Junto ao mesmo há mais políticos ruins tal qual e outros até piores. E isso não tem nada, nem ligação com o fato de ser ou não pastor ou de ser ou não evangélico. Tais credenciais em um ser humano, se bem usadas, são um bem para o país e para a humanidade. Tem relação com o Senhor Marco Feliciano e seu currículo e com tantos outros que habitam aquela Casa e só pensam em promoções pessoais que visam lucro.

Agora, o mesmo esforço que parte da sociedade brasileira está fazendo para expulsar o dito larápio, deverá ser feito também para por para fora os demais bandidos que ocupam aquela Casa. Não são poucos. Tem político professor, advogado, médico, dentista, engenheiro, arquiteto, empresário e muitos outros até sem nenhuma formação acadêmica, mas com diploma de malandragem. Sugam o dinheiro público além de envergonhar o país e falarem uma série de besteiras todos os dias; FICHAS SUJAS, LEMBRAM?

Mas não nos esqueçamos dos ELEITORES. Estes defensores destas pessoas e destes projetos de quadrilheiros que são capazes de mentir e inventar conversas que nunca existiram, principalmente em post das redes sociais para defender gente que não presta nenhum serviço à nação e ainda sobrevive do nosso suado imposto. A política brasileira não está dividida entre evangélicos e não evangélicos, petista e não petistas como alguns querem; a política brasileira está dividida entre cidadãos honestos e desonestos qiue independentes de religião, gênero,  opção sexual, cor ou origem por força do voto viraram representantes da nação. Os bons devem permanecer mas os desonestos precisam ser postos para fora, e já!

O PSC deveria tomar um posicionamento. É vergonhoso o que está ocorrendo. A presidenta, como gosta de ser chamada, deveria se posicionar. O próprio Congresso também. O Judiciário, apesar de sua lentidão, tem que abrir a boca. Mas se não o fazem é porque são reféns de seus próprios erros. Mas eu não vou ficar calado e aqui faço coro: fora Marco Feliciano! Porque um erro não justifica outro. Mas depois vamos atrás dos demais que envergonham e mancham a imagem desta nação. Afinal, que este episodio não nos faça esquecer dos Renans e tantos outros.

(*) JOÃO EDISOM DE SOUZA é Analista Político, Professor Universitário em Mato Grosso e colaborador deHiperNoticias.

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