| ||||||||||||||
Os costumes e o modo de viver em Cuiabá é uma coisa mágica, e
que aqueles que não nasceram aqui, jamais vão entender, o porquê das pessoas que
nascem no Centro da América do Sul, vivem sempre bem humoradas e voltadas para o
“viver feliz”.
O cuiabano pode ser definido como uma pessoa alegre e que
encontra prazer nas pequenas coisas que este lado de mundo lhe ofereceu. Viver
mais de dois séculos segregados e isolados do resto do país foi sofrido. Por um
lado foi ruim, mas por outro lado foi muito bom, porque contribuiu para
preservação da: cultura, culinária, sotaque e modo de viver.
O cuiabano é um “bon vivant”: valoriza a cervejinha bem
gelaaaaaaaaaaada, joga o truco espanhol como ninguém, e dos quintais pode-se
ouvir a gritaria do jogo mais tradicional desta terra:
Truco!
Quero retruco!
Quero seu chapéu! P> Seu bananinha de bolicho!
Seu mambira!
Capim de taipa ou;
Quando vim de Pernambuco, vim montado num burro xucro: eu tenho
flor e truco. ou mesmo o jogo de bozó:
Quero em baixo ou quero em cima: vou buscar o general de boca;
Depois das chuvas o cuiabano deita e rola com pescaria de
bagres, pacu e piraputangas: Este era grande, mamou e mamou, mas escapou.
Como é bom participar das rodas de bate-papo a sombra de uma
mangueira só para comer uma cabeça de boi assada com mandioca “ferventada” e
vinagre, também faz parte e como faz.
O cuiabano adora fazer “moagem”. É exímio em colocar apelido em
todo mundo com a maior naturalidade, não no sentido pejorativo, mas sim, como
princípio facilitador para fazer uma boa amizade. A cordialidade deste povo é
tanta, que em poucos minutos de convivência, já convida o “alienígena” para
tomar uma cervejinha na sua casa e oferece o que tem na cozinha como forma de
hospitalidade.
Em cada nascer de um novo dia, é mais um momento mágico para o
Cuiabano reverenciar esse dia e com bom humor que lhe é peculiar, exalta a
continuidade da vida.
Logo que amanhece, o cuiabano toma o seu guaraná ralado na
grosa no vai-e-vem dos movimentos lentos, e é nesse momento que ele passa a
filosofar a vida, e tem como o ponto de partida para começo de um novo dia. Essa
bebida por ser estimulante lhe dá um perfeito estado de sintonia com o mundo,
revigorando e tirando todo o estado depressivo, que raramente o afeta.
E o desjejum é o famoso “quebra-torto”, podendo ser um
escaldado de ovo de galinha caipira, ou um revirado de carne cortada na faca e
mexido na farinha ou uma paçoca de carne seca socada no pilão.
O ser cuiabano é um estado de espírito bem particularizado. As
pessoas tituladas de cuiabanos, logo no primeiro minuto ao ser castigado por
esse calor gostoso que só nós suportamos com naturalidade, e esse sol escaldante
que só nós adoramos, para os “paus rodados” o calor e o sol fortíssimos se
transformam no muro da lamentação, sem querer, eles passam dizer “isto aqui
parece um inferno” e sem pensar descarregam todo tipo de descontentamento sobre
esta terra e sua gente. Os estranhos nunca vão ter o bom humor, a hospitalidade,
espontaneidade para as festividades, a alegria de viver tranquilamente e que faz
parte da natureza dos autênticos cuiabanos, acumular energia para alongar a vida
e tem como filosofia a afirmativa: o sentido da vida é viver distribuindo
sentimentos de felicidade a todos que se aproximam.
Você que não nasceu aqui, se não quiser ferir os ouvidos dos
cuiabanos, é só não cometer uma cacofonia ao pronunciar: “no” Mato Grosso. Quem
nasce em Cuiabá, nasce em Mato Grosso. Quem nasce “no” Mato Grosso, nasceu “no”
pau grosso, (substantivo comum), e quem nasceu em Mato Grosso, nasceu no estado:
substantivo próprio.
Quando ouvimos comunicadores de rádio e televisão pronunciar
“no” Mato Grosso ou “do” Mato Grosso, ficamos a pensar, esses camaradas metidos
“bestas” ficam a criticar o sotaque do Cuiabano, cometem essa cacofonia
imperdoável e segue a repetir dia após dia em nossos ouvidos, ferindo a nossa
cultura e nos classificando com pessoas que vivem “no” Mato Grosso (pau grosso)
e não “em” Mato Grosso, nosso querido estadão.
Outro erro grave é pronunciar “baixada cuiabana”, aqui não
existe mar, portanto o correto é pronunciar Vale do Rio Cuiabá, ou seja, as
cidades próximas de Cuiabá fazem parte do Vale do Rio Cuiabá.
Muito prazer, eu sou cuiabano.
| ||||||||||||||
segunda-feira, 8 de abril de 2013
Muito prazer, eu sou cuiabano
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário