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Priscilla Borges, iG Brasília
Os cursos superiores interdisciplinares têm se tornado mais populares e numerosos no País. O movimento que começou na pós-graduação, com a criação de programas de mestrado e doutorado que interligavam áreas diferentes do conhecimento, chegou à graduação pelo jeito mais simples: a abertura de novos cursos e universidades.
Segundo o dicionário, interdisciplinar é aquilo que é comum a diferentes disciplinas. Para os especialistas que cuidam da formação dos futuros profissionais brasileiros, o significado vai além.
“A complexidade da vida está aumentando. A cada dia, multiplicamos conhecimentos e temos problemas mais difíceis para solucionar. Não conseguiremos mais encontrar as respostas que buscamos em uma única área”, afirma o coordenador de avaliação da área interdisciplinar da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Arlindo Philippi Jr.
O educador acredita que as diferentes áreas de conhecimento terão de trabalhar juntas para encontrar soluções para os problemas da sociedade atual. Philippi Jr lembra que grandes universidades e centros de pesquisa do mundo já têm levantado o debate sobre as formações interdisciplinares há mais de 20 anos.
Philippi explica que é na área interdisciplinar que se concentram as maiores taxas de negação da abertura de programas. Enquanto nas áreas de conhecimento tradicionais a taxa de aprovação de propostas varia entre 60% e 80%, na interdisciplinar, o mesmo índice não passa de 30%. “As pessoas ainda não compreenderam muito bem o que significa criar um programa interdisciplinar. Não é uma mera junção de especialistas em áreas diferentes. É preciso mostrar que, de fato, os estudantes vão compreender a conexão entre os conhecimentos”, diz o coordenador.
Segundo Philippi o desconhecimento causa estranhamento. Com o conhecimento que temos hoje, dividido como é, não temos como resolver os problemas vividos pela sociedade mundial. Esse novo profissional necessita de estar pronto para estabelecer parcerias. A formação de tantos doutores no País, 11 mil ao ano, tem impulsionado a absorção desses profissionais pelas instituições.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
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