quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Proposta defendida pelo Ministério da Educação, formações que integram diferentes áreas de conhecimento se popularizaram no País

iGÚltimo Segundo
Priscilla Borges, iG Brasília


Os cursos superiores interdisciplinares têm se tornado mais populares e numerosos no País. O movimento que começou na pós-graduação, com a criação de programas de mestrado e doutorado que interligavam áreas diferentes do conhecimento, chegou à graduação pelo jeito mais simples: a abertura de novos cursos e universidades.

Segundo o dicionário, interdisciplinar é aquilo que é comum a diferentes disciplinas. Para os especialistas que cuidam da formação dos futuros profissionais brasileiros, o significado vai além.

“A complexidade da vida está aumentando. A cada dia, multiplicamos conhecimentos e temos problemas mais difíceis para solucionar. Não conseguiremos mais encontrar as respostas que buscamos em uma única área”, afirma o coordenador de avaliação da área interdisciplinar da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Arlindo Philippi Jr.

O educador acredita que as diferentes áreas de conhecimento terão de trabalhar juntas para encontrar soluções para os problemas da sociedade atual. Philippi Jr lembra que grandes universidades e centros de pesquisa do mundo já têm levantado o debate sobre as formações interdisciplinares há mais de 20 anos.

Philippi explica que é na área interdisciplinar que se concentram as maiores taxas de negação da abertura de programas. Enquanto nas áreas de conhecimento tradicionais a taxa de aprovação de propostas varia entre 60% e 80%, na interdisciplinar, o mesmo índice não passa de 30%. “As pessoas ainda não compreenderam muito bem o que significa criar um programa interdisciplinar. Não é uma mera junção de especialistas em áreas diferentes. É preciso mostrar que, de fato, os estudantes vão compreender a conexão entre os conhecimentos”, diz o coordenador.

Segundo Philippi o desconhecimento causa estranhamento. Com o conhecimento que temos hoje, dividido como é, não temos como resolver os problemas vividos pela sociedade mundial. Esse novo profissional necessita de estar pronto para estabelecer parcerias. A formação de tantos doutores no País, 11 mil ao ano, tem impulsionado a absorção desses profissionais pelas instituições.

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