Ainda comentando sobre o jovem na política, assunto enfocado por mim neste mesmo espaço, é preciso saber uma forma de como criar um certo gosto e como se encantar pela participação do mesmo na política. E, para isso, o jovem precisa experimentar o gosto da participação. Os jovens não participarão de ações que não lhes são prazerosas e criativas. Ao iniciar a atuação em um grupo, muitas vezes, o jovem não o faz por uma questão ideológica, mais sim porque acha legal mexer em uma filmadora, aparelho de som, encontrar as pessoas, produzir e criar algo.
Creio que a socialização e a produção são os grandes mobilizadores da atuação dos jovens. Os grupos jovens que produzem algo, como os punks ou enfim outras tribos, sentem-se capazes de fazer algo. Esta é a magia, você pode fazer e mudar as coisas, quando o jovem experimenta isto, ele saca a importância de participar.
A socialização faz com que o jovem não se sinta só. A ação individual voluntarista não cria redes e dificilmente este jovem se mantém por muito tempo no desenvolvimento de um trabalho. Estar e agir em grupo encanta os jovens para atuar na realidade que os envolve e cria um compromisso mais permanente. Mais, infelizmente, também contamos com uma realidade partidária voltada a esse grupo que se vê ao passar do tempo muito distante destes jovens.
Muitos partidos, a partir dos anos 90, passaram a organizar setores juvenis com o intuito de tratar as questões sobre este segmento de forma mais séria. No entanto, o trabalho de fazer jovens despertarem para a militância política dificilmente se inicia dentro dos partidos. A maioria dos jovens que ali milita despertou para a participação em outro movimento ou grupo.
A linguagem, a disputa interna e a burocratização das relações partidárias não tem sido muito atraentes para esta geração juvenil. Porém, outras formas de atuação tem cada vez mais se apresentado como novos modos de participação, atraindo os jovens para o debate público de questões que dizem respeito a eles e a comunidade na qual estão inseridos.
São grupos culturais de produção audiovisual alternativa, projetos e ações pontuais diversas organizadas por jovens. Um jeito de participar vem se configurando e se somando à formas mais convencionais de atuação, como movimentos estudantis, sindicatos ou partidos. E onde estão esses novos grupos?
Estão potencialmente em todos os espaços onde há jovens interessados em desenvolver algum tipo de ação que os interpele e os envolva. A novidade é cada grupo que vai expressa-la. E novamente repito, para isso precisa-se de uma atenção a mais dos partidos políticos em relação ao seu grupo jovem, ativem e o organizem, pois temos muitas lideranças jovens escondidas e que só precisam de um chamado.
(*) José Olavo Pio é acadêmico de Engenharia Civil em Rondonópolis
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