sexta-feira, 22 de abril de 2011

Artigo - Prazer e conhecimento

Por Manuel Francisco
Publicado 16/04/2011
Filosofia

O Ser humano, tende a gastar boa parte do seu tempo a encontrar um significado para a vida. Mas será que existe mesmo um significado ou um propósito?

O propósito mais vezes citado talvez seja o amor. Apesar de ficarmos embriagados de felicidade, é algo tão complexo que se torna ilusório. É como uma teia de aranha perfeita, todos os fios são construídos com calma e pacientemente, todos são necessários. E basta que um ou outro se parta para que toda a teia esteja comprometida. O amor funciona da mesma forma. É construído pacientemente, pedra sobre pedra, tal e qual um belo castelo, mas os dissabores da vida acabam por ditar o fim desse amor. Basta um deixar de amar o outro, o amor acaba aí. Pois o verdadeiro amor é partilhado por dois.

De qualquer forma o amor nem sempre é bom conselheiro. E pode muito bem não ser um bom propósito para a vida. Pois tolda-nos a vista e não nos deixa agir correctamente, deixando que os sentimentos fluam livremente pelo nosso corpo, ficando assim a razão de lado. Se agirmos conforme a razão, sabemos que agimos sempre correctamente, não deixando grande margem de erro ao acaso da vida. Mas ter a frieza de agir a maior parte do tempo apenas sob tutela da razão, pode ditar que em nós não habite felicidade.

Mas aí está um dos conceitos mais abstractos da humanidade. Felicidade. O que a felicidade é para um ser humano pode não o ser para outro. Pode ser o amor, pode ser o progresso, pode ser a cultura, pode ser a religião. Mas no progresso só tenho visto decadência, na religião mentira, no amor ilusão. Sobra então a cultura. Esta exercita a mente e a razão, tornando o homem mais sábio.

Depois de tanto divagar, chego a uma simples conclusão, de que a vida tem apenas um propósito, a cultura do homem. Pois o amor, a religião e o progresso escravizam o homem. A cultura liberta.

De qualquer forma o homem culto deve partilhar a sua sabedoria. Pois não existe homem mais ignorante do que o que não partilha o seu conhecimento com os outros. Se houver partilha, a cultura e o saber são perpetuados ao longo dos tempos, o que no fundo pode imortalizar o homem.

Contudo de nada vale a cultura e a imortalidade se a vida não for acompanhada de prazer. O prazer do corpo não é tão malicioso quanto a religião, o progresso ou o amor. Visto que depois de ceder à tentação o homem liberta-se por breves momentos. Já em relação ao amor, à religião e ao progresso, a cada segundo que passa o homem fica cada vez mais dependente, não podendo nem que por breves momentos, sentir o intenso sabor da liberdade.

O prazer não contribui para a felicidade, provavelmente nem dá significado à vida, mas acaba por ser uma parte integrante desta. Existe quem defenda que não se deve sucumbir aos prazeres do corpo, pois estes podem poluir a nossa alma com o pecado. Mas o conhecimento purifica a alma do homem sensato e humilde. Tornando-o livre e sábio, pois talvez sejam estas as únicas coisas que valem a pena na vida. O conhecimento e a Liberdade.

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/63912/1/Prazer-e-conhecimento/pagina1.html#ixzz1JuTQ3h8T

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