sábado, 23 de abril de 2011

Notícia - Realengo - 25 pedidos de transferência

Escola de Realengo recebe 25 pedidos de transferência e três de matrícula

R7

Após o massacre de 12 alunos na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio, a Secretaria de Educação recebeu 25 pedidos de transferência e três de matrículas.

Os pedidos de transferência foram apresentados pelos pais dos adolescentes, até a tarde desta quarta-feira (20). Em todos os casos, eles alegaram que seus filhos não têm mais condições de voltar àquela instituição de ensino.

Apesar da tragédia, a direção da escola também recebeu três pedidos de matrícula. Nesses casos, os responsáveis dos estudantes procuraram o colégio porque a unidade consta com bom coeficiente de ensino, na avaliação da Secretaria de Educação.

Para a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, os pedidos de transferência foram baixos, diante no universo de 999 alunos matriculados no colégio até um dia antes do massacre.

Na próxima segunda-feira (25), o colégio volta a abrir os portões para receber professores e alunos que tentam retomar a rotina. Entretanto, as aulas só devem recomeçar em três semanas, conforme anunciou Claudia Costin. Até lá, a escola vai promover atividades esportivas, culturais e artísticas para ajudar na readaptação dos estudantes.



Entenda o caso

Por volta das 8h do dia 7 de abril, Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, entrou no colégio após ser reconhecido por uma professora e dizer que faria uma palestra (a escola completava 40 anos e realizava uma série de eventos comemorativos).

Conheça as vítimas do ataque à escola Tasso da Silveira

Acompanhe a cobertura completa do caso

Armado com dois revólveres de calibres 32 e 38, ele invadiu duas salas e fez dezenas de disparos contra estudantes que assistiam às aulas. Ao menos 12 morreram e outros 12 ficaram feridos.

Duas adolescentes, uma delas ferida, conseguiram fugir e correram em busca de socorro. Na rua Piraquara, a 160 m da escola, elas foram amparadas por um bombeiro. O sargento Márcio Alexandre Alves, de 38 anos, lotado no BPRv (Batalhão de Polícia de Trânsito Rodoviário), seguiu rapidamente para a escola e atirou contra a barriga do criminoso, após ter a arma apontada para si. Ao cair na escada, o jovem se matou atirando contra a própria cabeça.

Com ele, havia uma carta em que anunciava que cometeria o suicídio. O ex-aluno fazia referência a questões de natureza religiosa, pedia para ser colocado em um lençol branco na hora do sepultamento, queria ser enterrado ao lado da sepultura da mãe e ainda pedia perdão a Deus.

Os corpos dos estudantes e do atirador foram levados para o IML (Instituto Médico Legal), no centro do Rio de Janeiro, para serem reconhecidos pelas famílias. Onze estudantes foram enterrados no dia 8 e uma foi cremada na manhã do dia 9.

Oliveira só foi enterrado na manhã do dia 22 porque nenhum parente compareceu ao IML para liberar o corpo no prazo de 15 dias. O cadáver foi catalogado como "não reclamado" e sepultado em uma cova rasa no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, zona norte, após autorização da Justiça.

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