Um time com 15 psicólogos, 12 assistentes sociais e 6 pedagogos trabalha permanentemente para reduzir os traumas da tragédia ocorrida no colégio municipal Tasso da Silveira, em Realengo Hanrrikson de Andrade Especial para o UOL Notícias
No Rio de Janeiro
A rotina escolar está sendo retomada aos poucos no colégio municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, que há 12 dias foi palco de um massacre protagonizado pelo ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira.
Um time com 15 psicólogos, 12 assistentes sociais e 6 pedagogos trabalha permanentemente para reduzir os traumas da tragédia. Segundo um dos integrantes da equipe, o psicólogo Pedro Martins de Oliveira, o foco inicial é ajudar os professores.
"Eles estão na linha de frente para reefetivar o funcionamento escolar", disse ele, que se esquivou de várias perguntas por uma questão de "ética profissional".
De acordo com Oliveira, o trabalho psicológico com o corpo discente têm que partir espontaneamente dos alunos. O profissional afirma que muitas crianças, por exemplo, não queriam retornar ao colégio, o que fez com que pais e responsáveis procurassem a equipe.
"Tivemos um número alto de famílias nos procurando porque muitos estudantes não queriam voltar para o colégio", resumiu. Ele também confirmou que a série de atividades lúdicas continuará pelo menos até o dia 9 de maio, data marcada para o recomeço efetivo das aulas.
Alunos voltam às aulas em escola de Realengo
Oliveira disse também que as crianças jamais vão esquecer da tragédia do dia 7 de abril, quando o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira invadiu a escola Tasso da Silveira armado e disparou 66 tiros contra os estudantes - 12 morreram e outros 12 ficaram feridos.
"Seria precoce falar em fugir da realidade. É impossível esquecer. Aliás, não seria nem saudável que eles viessem a esquecer totalmente do que ocorreu. A ferida estará sempre aí", afirmou.
O psicólogo conta que já realizou um tipo de trabalho semelhante ao que a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro está promovendo na volta às aulas do colégio Tasso da Silveira.
Ele atuou no apoio aos alunos das escolas na região do Complexo do Alemão e da Penha para reduzir possíveis efeitos psicológicos do conflito do ano passado, que marcou a pacificação do conjunto de favelas da zona norte.
"O trabalho aqui é muito mais difícil se comparado ao que fizemos no Alemão. Para eles, tudo aquilo era normal. Era a realidade daqueles adolescentes", disse.
Recepção com chocolates
Membros da Igreja Presbiteriana em Piraquara, vizinha ao colégio Tasso da Silveira, aproveitaram o clima da Páscoa para recepcionar pais e alunos da escola com kits de bombons e outros itens. Os religiosos montaram por volta de 6h20 duas barracas próximas ao portão da unidade educacional e distribuíram mais de 600 pacotes com chocolates.
A ideia foi concebida em parceria com a 8ª Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte e a Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro, que juntas disponibilizaram 1 mil kits. Cerca de 30 religiosos voluntários trabalharam para recepcionar os alunos.
Segundo o presbítero Ronaldo Silva, 40, algumas crianças se emocionaram ao receber o presente. "Eles estão se sentindo acarinhados, protegidos, algo que eles não tinham antes. Ainda há muitas crianças traumatizadas, mas eles estão percebendo que há pessoas olhando por eles", disse.
De acordo com Silva, cerca de 80 crianças da escola Tasso da Silveira vão receber ingressos de cortesia para comparecer ao duelo entre Vasco da Gama e Náutico, na próxima quarta-feira (27), às 21h50, em São Januário, pela partida de volta das oitavas de final da Copa do Brasil.
A ideia partiu do próprio presidente do clube, Roberto Dinamite, que prometeu enviar dois ônibus a Realengo para buscar os alunos.
Fonte: UOL Educação
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Psicólogo da escola Tasso da Silveira diz que foco inicial é ajudar professores
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