domingo, 17 de abril de 2011

292 anos de Cuiabá

Edson Luís Ismael do Carmo




Em maio de 2006 fui para Lisboa, uma das cidades de população mais amável que existe. O clima é ameno, o tráfego é tranquilo. As pessoas falam baixo, muito educadas. São as mais gentis que encontrei. É meu senhor pra cá, meu senhor pra lá. Ora pois!

Conheci o Convento dos Marianos, construído no século XVII, a Igreja de São Francisco, a mais linda que já vi, toda dourada, o Castelo de Sintra, o Palácio de Queluz e a casa de Fernando Pessoa, localizada na Avenida da Liberdade - morei bem pertinho dela. Tudo isso sem falar da visita ao Cais do Sodré, na qual se depara com o Monumento a Pedro Alvares Cabral e outros grandes navegadores. Inesquecível!

Morei e estudei em Lisboa quase cinco anos, mas confesso, nunca me esqueci ou deixei de pensar em Cuiabá.

Senhora conhecida por Cidade Verde, que ontem cheirava pequizá, hoje cheira progresso. Esta terra que despacha pouca gente para fora, ora pois... Sempre que nos reuníamos com outros brasileiros vinha a mesma pergunta: de qual cidade você é no Brasil? E eu orgulhosamente respondia: Cuiabá.

O que impressionava a mim e à minha esposa era o fato de quase sempre sermos os únicos. Eu, claro, justificava o motivo:
“Cuiabá é uma cidade maravilhosa, terra do rasqueado, de calor humano insubstituível e ninguém quer sair de lá”. Todos iam pesquisar na internet para conferir e gostavam do que viam, ouviam e liam.

Ó Cuiabá de traços coloniais e que hoje recebe batidas em vossa porta! É o mundo! São os olhos daqueles que nos acham diferentes querendo lhe oferecer uma visita: a Copa do Mundo.

Ó Cuiabá aceite! Deixe que venham!

Vamos mostrar quem somos e o que aprendemos contigo, a sermos pacatos, limpos, bondosos, amorosos. Que temos pessoas tão puras, trabalhadoras, inteligentes e boas quanto os que virão visitá–la.

Ó cuiabá, és linda e independente dos problemas, nós cuiabanos te amamos! Lisboa é linda também, mas... nosso valor é sublime, aliás, o maior patrimônio de Cuiabá é o seu povo valoroso!

Portugal apresenta os deliciosos pastéis de Belém, que fazem desde 1837. Mas esta que hoje faz 292 anos também possui seus requintes, como nossos pratos regionais: Maria Isabel, arroz com pequi, mojica de pintado, ventrecha de pacu etc.

Como diz um velho ditado cuiabano “quem come cabeça de pacu nunca mais sai daqui”. Isso é a mais pura verdade! Várias pessoas que comeram cabeça de pacu adotaram cuiabá como sua terra, sua casa.

Ó cuiabá! Para um cuiabano de verdade, não existem jardins franceses, louças portuguesas, Castelo de Sintra, Serra da Estrela, cidade de Nossa Senhora de Fátima ou o delicioso pastel de Belém com o suavíssimo vinho do Porto! O que nos move é apenas a curiosidade em conhecer outra cultura... portuguesa. Cuiabá é o meu lugar e a prova são estas palavras de amor por e para ela.

Cá estou cuiabá!!!
Agradeço pela oportunidade de dizer:
Vôte! Viver longe daqui nunca mais... Agora aonde?!
Figa! Eu é que não quero padecer longe de cuiabá!
Assim encerro este pequeno artigo parabenizando esta cidade que merece toda a felicidade do mundo. Cuiabá Cidade Verde! Parabéns pelos seus 292 anos!

Várzea Grande, 4 de abril de 2011.
Autor: Edson Luís Ismael do Carmo
Professor da Escola Estadual “Ubaldo Monteiro da Silva”

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