domingo, 22 de maio de 2011

Livros da Biblioteca Nacional em Brasília não podem ser consultados

Globo

Num país onde falta formação adequada não é de se surpreender que na Biblioteca Nacional, em Brasília, livros sejam tratados como enfeite.

O prédio se destaca no Conjunto Cultural da República, na Esplanada dos Ministérios. Ficou pronto em 2008. O projeto é de Oscar Niemeyer, tem boas salas de estudo, computadores, internet de alta velocidade de graça. Todos os dias, cerca de 600 pessoas passam pelo local.

“Gosto. Gosto bastante. É uma biblioteca muito bem localizada, tem boas instalações, boa iluminação, pra estudar aqui é muito bom”, diz a estudante Graciella Perotti.

A biblioteca tem mais de cem mil títulos. Os livros ficam protegidos em salas climatizadas. Tudo perfeito, se não fosse por um importante detalhe: Todo o acervo está fora do alcance dos usuários.

Eles não podem ler nem consultar nenhum livro. Muito menos pegar emprestado. A causa é burocrática. Falta um sistema de segurança para controlar a entrada e saída de livros. E falta verba para comprar esse sistema, que custaria cerca de R$ 500 mil.

O diretor da biblioteca, Antonio Miranda, diz que isso será resolvido. Mas só no ano que vem. Ele reconhece a falta que os livros fazem, mas afirma que uma biblioteca moderna tem de oferecer outros serviços.

“Livro é complementar e é para determinado tipo de demanda e público. Nós temos mais de cem mil livros. Mas essa é uma biblioteca híbrida. Nós privilegiamos o acesso on-line às bibliotecas do mundo”.

Quem perde o direito ler, reclama. “A internet simplesmente você abre uma tela, vai passando as imagens e vai lendo tudinho. É um ambiente bom. Mas não é um ambiente tão agradável quanto você estar dentro do livro, você viver o livro”, afirma o enfermeiro Ivan Rodrigues.

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